Superprodução envolve Orquestra Sinfônica e cinco coros, totalizando 240 pessoas
A consagrada cantata “Carmina Burana” voltará a ser apresentada no Conservatório de Tatuí neste dia 11 de junho, domingo. A superprodução, que também será apresentada em Jundiaí, no dia 10, sábado, envolverá aproximadamente 240 pessoas, integrantes de cinco coros das duas cidades e da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí – instituição do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura.
Em Tatuí, a apresentação acontecerá às 20h no Teatro Procópio Ferreira (rua São Bento, 415). Ingressos estão à venda por R$ 12 (R$ 6 meia entrada). No dia anterior, sábado, em Jundiaí, a apresentação será realizada no Teatro Polytheama (rua Barão de Jundiaí, 176), com início às 20h30. Os ingressos custam R$ 10 (R$ 5 meia entrada).
Nas duas apresentações, o espetáculo terá regência de João Maurício Galindo, maestro titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí. Do Conservatório de Tatuí participam ainda o Coro Sinfônico, regido por Robson Gonçalves, e o Coro Sinfônico Jovem e o Coro de Câmara, ambos com regência de Cibele Sabioni. De Jundiaí, participarão o Madrigal Vivace e o Coral Canarinhos da Terra, grupos regidos por Vastí Atique. Os solistas serão a soprano Thayana Roverso, o tenor Guga Costa e o barítono Vinícius Atique.
O maestro Galindo classifica Carmina Burana como um dos maiores “hits” da música clássica atual. “Infelizmente, é um dos poucos hits da música clássica. Os outros são a ‘Nona Sinfonia’, de Beethoven, e o ‘Bolero’, de Maurice Ravel. Destas três, Carmina Burana é sem dúvida a mais chamativa”, afirma.
O regente alerta que boa parte do público prende-se à magnificência do primeiro movimento da obra, “Fortuna Imperatrix Mundi” (Sorte, imperatriz do mundo), mas desconhece o restante da cantata. Pela importância de se conhecer os demais trechos que compõem Carmina Burana, as apresentações dos dias 10 e 11 terão os textos projetados durante a execução da música. “Esse detalhe fará desta uma experiência única”, assegura Galindo.
A cantata é formada por sete movimentos, cada qual dividido em versos: “Fortuna Imperatrix Mundi”; “I. Primo Vere”, “Uf Dem Anger”, “In Taberna”, “Cour D’Amours”, “Blanziflor Et Helena” e “Fortuna Imperatrix Mundi”.
Carmina Burana
“Carmina Burana” é um manuscrito de 254 poemas e textos dramáticos produzidos entre os séculos XI e XIII. Elas aparecem em aparecem em latim, mas também trazem traços dos idiomas que viriam a ser as versões modernas do francês e do alemão. “Carmina Burana”, em latim, significa “Canções de Beuern”, sendo esta última palavra uma abreviação de Benediktbeuern, município do extremo sul da Alemanha onde o livro original dos poemas foi encontrado.
O espetáculo que será apresentado pela Orquestra Sinfônica e coros é o resultado do trabalho de Carl Orff, que, em 1936, musicalizou parte dos textos originais de “Carmina Burana”. Esta obra logo se popularizou. Galindo lembra que existe um equívoco por parte de muitas pessoas, imaginando tratar-se de música sacra, quando, na verdade, esta é considerada a primeira cantata profana da história da música. “Os textos falam dos caprichos da sorte e do destino, do despertar da primavera e, por conseguinte, do amor, das noites em uma taberna, com suas bebedeiras, e até de amor carnal”, observa o maestro.
A regente Cibele Sabioni destaca que uma das principais características da obra é a necessidade de um corpo vocal potente. “É por isso que contaremos com cinco coros, reunindo quase duzentas vozes em um único conjunto”.
Thayana Roverso
A soprano paulistana Thayana Roverso iniciou os estudos de canto aos 17 anos. Formou-se em música e canto aos 23 e recentemente obteve o grau de mestre em performance pelo Conservatório Francesco Venezze, em Rovigo, Itália. Thayana cantou sob a regência de alguns dos melhores maestros do país, dentre eles Roberto Minczuk, Abel Rocha e Luis Gustavo Petri.
Ela cantou os papéis de Rosalinde, em “Die Fledermaus” (O Morcego), de Strauss; Musetta, em “La Bohèmme”, de Puccini; Berenice, em “L’occasione fa il Ladro”, de Rossini; Frasquita, em “Carmen”, de Bizet; L’amore, em “Orfeo ed Euridice”, de Gluck; Ninetta, em “La finta semplice”, de Mozart; Die Königin der Nacht, em “Die Zauberflöte”, de Mozart; e Serpina, em “La Serva Padrona”, de Pergolesi. Recentemente, participou da produção de “La Traviata”, de Verdi, na cidade de Rovereto, na Itália.
Thayana estudou com o tenor Benito Maresca, com o barítono Carmo Barbosa, com a “Kammersängerin” Eliane Coelho e com Luisa Giannini, na Itália.
Guga Costa
Bacharel em Música Popular pela Unicamp, devido ao seu timbre de voz de “haute-contre”, desde 2004 também experimenta um repertório mais ligado à música erudita, tendo se destacado como solista em concertos como “Vespro Della Beata Vergine” e “Il Combattimento”, de Tancredi et Clorinda; “Paixão Segundo São João”, de Bach; “Messias”, de Händel; “Carmina Burana” e “Catulli Carmina”, de Carl Orff; e “Méditations Pour La Carême”, de Charpentier.
Entre 2010 e 2011 integrou o Coro da Osesp. Nos anos de 2011 e 2012 integrou o coro oficial do Schleswig-Holstein Musik Festival, na Alemanha. Atualmente, é diretor e cantor do espetáculo Nosso Flamenco, uma coprodução dos grupos Núcleo Artístico Confraria dos Ventos e Cia Soniquete Arte Flamenca.
Vinícius Atique
Vem se apresentando como solista nos principais teatros do país sob a regência de grandes maestros brasileiros, tendo cantado obras como “L’enfant et les sortilèges”, de Ravel; “I Puritani”, de Bellini; “La Bohèmme”, de Puccini; “Carmen”, de Bizet; “O Morcego”, de Strauss; “Madama Butterfly”, de Puccini; “Werther”, de Massenet; e “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini.
Em 2016 debutou como Silvio em “I Pagliacci” e Don Giovanni na ópera homônima em Ribeirão Preto e, em 2017, interpretou Stárek em “Jenufa”, de Léos Janacek, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também estrelou o ciclo de canções Winterreise no Theatro Municipal de São Paulo com coreografia de Ismael Ivo e participação do Balé da Cidade.
No repertório Sinfônico cantou “Des Knaben Wunderhorn” e “Carmina Burana” com a Amazonas Filarmônica; “A Criação” sob a regência de Isaac Karabtchevsky na Sala São Paulo, “Kindertotenlieder”, de Mahler; “O Messias”, de Händel; e “Requiems”, de Mozart e Fauré.
Atualmente se aperfeiçoa com a mezzo-soprano norteamericana Dolora Zajick nos Estados Unidos. Estudou com os barítonos Carmo Barbosa no Brasil e Mark Pedrotti no Canadá.
Apoio Cultural – Para a temporada do ano de 2017, o Conservatório de Tatuí conta com apoio cultural da Coop – Cooperativa de Consumo e Grupo CCR SPVias.
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