Cerca de 10% dos alunos do Conservatório de Tatuí são estrangeiros. Comerciantes afirmam que mudaram cardápio para atender os universitários.
Por G1 Itapetininga e Região 08/04/2017 08h00
Alunos estrangeiros do Conservatório de Tatuí movimentam a economia da cidade
A chegada dos estudantes estrangeiros ao Conservatório de Tatuí fez com que os comerciantes do município se adaptassem aos alunos, principalmente nos cardápios dos restaurantes. Cristian Portugal, por exemplo, tem uma cantina dentro da instituição e conta que criou pratos para os estudantes que são de outros países.
“Muitos alunos acabam experimentando e gostando da comida brasileira, porém tive que diversificar um pouco os pratos, principalmente para aqueles que são vegetarianos e veganos e não comem nada derivado de animais. Então, acrescentamos pratos à base de soja para poder atendê-los. Mas aqui fornecemos uma comida caseira. Então quem vem de fora acaba se adaptando facilmente e o que eles mais gostam é o nosso pão de queijo. Ele sempre é o primeiro a acabar”, explica.
A aluna de canto lírico Milagros Lima veio do Peru, estuda no Conservatório de Tatuí há cinco anos e afirma que a maior dificuldade foi se adaptar à culinária brasileira. “Com o idioma não tive muita dificuldade, pois são parecidos. Mas a comida é muito diferente. No Peru, por exemplo, não comemos arroz e feijão todos os dias. Lá para cada dia tem um prato diferente. Tive que me adaptar ao clima também, pois eu nasci no sul do estado, onde o ano inteiro é muito frio. Não estava acostumada com o calor da cidade. Mas apesar das diferenças, as pessoas são muito acolhedoras e me adaptei muito bem”, conta.
Maior dificuldade de adaptação para a peruana Milagros Lima foi a alimentação (Foto: Reprodução/TV TEM) |
De acordo com o assessor artístico do conservatório, Eric Paes, cerca de 10% dos alunos da instituição são estrangeiros. “Existe certa preocupação no início de que o estrangeiro consiga se comunicar, pelo menos o básico. A partir daí, a convivência é musical que é um idioma universal”, explica.
Ainda de acordo com o assessor, a instituição movimenta o comércio na cidade. “Os alunos do conservatório, mesmo aqueles que não residem na cidade, movimentam o comércio local, pois eles procuram aqui tudo o que necessitam para viver enquanto estão no período letivo”, conta.
A cidade é considerada a Capital da Música e até quem fabrica os instrumentos precisaram ficar preparados para atender seus clientes, principalmente os estrangeiros. “Muitas vezes não conseguimos falar outra língua corretamente, mas sempre acabamos nos entendendo. Eu costumo dizer que os músicos são seres extraordinários, pois independente do lugar que vá, seja dentro ou fora do país, sempre conseguem se adaptar”, brinca o luthier Isaías Batista de Oliveira.
Para o aluno Ernandes Justino, a troca de cultura é importante para a instituição e, principalmente, para o crescimento pessoal. “Eu sou de uma cidade pacata do Nordeste e lá trabalhamos muito com a música regional, então vim com essa bagagem e aqui acabamos conhecendo pessoas de outros lugares, que tem um estilo musical diferente, então aqui desenvolvemos uma troca cultural e aprendemos muito com isso”, comenta.
Comerciante Cristian Portugal afirma que estrangeiros acabam gostando da comida brasileira (Foto: Reprodução/TV TEM) |
Luthier Isaías Batista de Oliveira de Tatuí afirma que apesar da dificuldade sempre consegue entender seus clientes estrangeiros (Foto: Reprodução/TV TEM) |
"Tive que diversificar os pratos, principalmente para aqueles que são vegetarianos e veganos", conta Cristian Portugal (Foto: Reprodução/TV TEM) |
Cerca de 10% dos alunos do Conservatório de Tatuí são estrangeiros, afirma assessor Eric Paes (Foto: Reprodução/TV TEM) |
Segundo assessor de imprensa do Conservatório de Tatuí Eric Paes, a instituição movimenta o comércio local (Foto: Reprodução/TV TEM) |
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