Apresentação será no dia 21 de março e comemora o Dia Mundial do Teatro
A Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí abre a temporada 2017 comemorando o Dia Mundial do Teatro com a leitura dramática do espetáculo “Fando e Lis”, de Fernando Arrabal. A apresentação gratuita acontece no dia 21 de março, terça-feira, às 20h00, na Sala Preta do Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí.
A leitura dramática da peça de Fernando Arrabal será realizada pelos atores Adriana Afonso, Dalila Ribeiro, Fernanda Mendes e Rogério Vianna, da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí, além dos atores convidados Carlos Alberto Agostinho e Erica Pedro.
O coordenador da Cia. de Teatro, Rogério Vianna, destaca que a apresentação de boas-vindas acontece na semana em que se homenageia uma das artes consideradas mais antigas da humanidade: a interpretação teatral. Segundo Vianna, o texto foi escolhido no final do ano passado, a princípio, para se tornar uma montagem. Porém, devido à pesquisa que a Cia. deseja para 2017, ele será desenvolvido em uma oportunidade futura. “Mesmo assim, o grupo resolveu presentear o público com a leitura dramática deste trabalho de Arrabal”, comenta o coordenador.
A peça integra o chamado “Teatro do Absurdo” e narra a interdependência entre Lis, uma mulher paralítica, e seu companheiro Fando, que a conduz a caminho de Tar. Entre eles há um relacionamento vicioso marcado não só pela dependência física de Lis, mas também por um histórico de violência e afetividade. Quando tudo parece vazio e silencioso surgem Namur, Mitaro e Toso, os homens de guarda-chuva que, como Fando e Lis, vivem um relacionamento de dependência e caminham juntos em direção a Tar. Assim, parece quase impossível que todos esses personagens encontrem o seu destino.
“Nesse universo de incomunicabilidade, cercado por um universo de lindas palavras, é que se percebe na obra de Arrabal um contexto perturbador, forte, chocante, de difícil aceitação, mas que deve ser visível aos olhos do público”, afirma Vianna.
De acordo com ele, a leitura dramática servirá para mostrar o ofício do ator, que, como define Fernanda Montenegro “percorre assim os séculos e os espíritos, imitando o homem tal como ele pode ser e tal como é”. “O ator confunde-se com outra figura absurda: o viajante. E como viajante, o ator esgota uma coisa que percorre sem cessar. Ele é o viajante do tempo e, se é um grande ator, torna-se o ansioso viajante das almas”, acrescenta a consagrada atriz. Na semana em que se comemora o Dia do Teatro, a leitura dramática tem como objetivo refletir sobre o papel do ator na sociedade, para “buscar a individualidade, não o individualismo”, como sustenta Montenegro.
Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí
Reúne atores e atrizes profissionais – professores no setor de artes cênicas – e alunos do curso de teatro adulto, que atuam como bolsistas. A fundação oficial aconteceu em 2009, ocasião em que estreou a montagem de “Rosa de Cabriúna”, de Luís Alberto de Abreu, premiada no 23º Festival de Teatro do Rio de Janeiro (2010) e no 38º FENATA – Festival de Teatro de Ponta Grossa (2010). O grupo também desenvolveu montagens dos espetáculos “Como Fazer Teatro em Cinco Lições”, “Vereda da Salvação” e “Antígona”.
Junto a outros grupos pedagógico-artísticos do Conservatório de Tatuí, a Cia. de Teatro atua em importantes espetáculos didáticos. Entre as montagens mais recentes estão “Um Chorinho para Dona Baratinha” (junto ao Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí); e “Villa-Lobos encontra Guarnieri”, “A Vinda da Família Real ao Brasil”, “MomoPrecoce”, “Sonho de Criança”, “Stravinsky e seu ballet Petrushka” e “As Estórias do Tião” (estes junto à Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí).
Em 2015, a Cia. de Teatro optou por pesquisa de obras de Plínio Marcos, trabalhando os textos “A Balada de um Palhaço” e “Goela Abaixo”, este último inspirado em personagens das obras de Plínio Marcos, além de protagonizar uma série de leituras dramáticas e saraus. No ano de 2016, a Cia de Teatro desenvolveu o projeto “Realismo Fantástico”, cuja obra a ser encenada é do dramaturgo Aldomar Conrado, “O Apocalipse ou o Capeta de Caruaru.
Para 2017, com o intuito de utilizar novas formas de linguagens a Cia. realizará o projeto “Teatro Popular”, com espetáculos que possam ocupar espaços alternativos como praças, escolas, entre outros.
Coordenador Rogério Vianna
Ator, historiador e gestor de cultura, iniciou sua formação nas artes cênicas em 1992, no Conservatório de Tatuí, formando-se pela Incenna Teatro e Televisão. Aprimorou os conhecimentos em roteiro e produção para rádio e TV pela Ceinter/FASP (Faculdades Associadas de São Paulo) e atualmente estuda história pela Universidade Paulista.
Como ator, participou de diversos espetáculos dentre os quais se destacam: “Antígona”, “Vereda da Salvação”, “Vendedor de Sonhos”, “Nossa Cidade”, “Sertões; o ciclo da Terra”, “Édipo Rei”, “A Cantora Careca”, “Aurora da Minha Vida”, entre outros. Foi agraciado com prêmios de “melhor ator e figurinista” pelo FEPAMA.
Trabalhou com grandes nomes do cenário teatral: Georgette Fadel, Kleber Vallin, Marcelo Soler, Newton de Souza, Paula Ribas, Estela Lapponi, Cláudia Schapira, Carlos Ribeiro, Herval Rossano, entre outros. Foi produtor do Coreto Paulista e do projeto Música Orquestral Alemã – Lei Rouanet. Por meio do Núcleo “Falsa Modéstia” produziu diversos trabalhos de pesquisa que envolvem a cultura tatuiana. Foi gestor de cultura de Boituva (2013-2016). Atualmente é coordenador da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí e diretor do Departamento de Cultura de Tatuí.
Sobre o “Teatro do Absurdo”
Expressão artística revolucionária que surgiu na França no início da década de 1950, depois da Segunda Guerra Mundial, desencadeada pelo escritor Albert Camus. Trata da atmosfera de desolação, solidão e incomunicabilidade daquele período. Nele, une-se a comicidade ao trágico sentimento de desolação e de perda de referências do homem moderno. As histórias habilmente construídas na dramaturgia tradicional dão lugar a peças quase sem enredo, com situações que giram em círculos.
A peça “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, é considerada o marco inicial do Teatro do Absurdo. O espetáculo foi encenado no Brasil ainda na década de 1950, pela Escola de Arte Dramática. “A Cantora Careca” e “A Lição”, de Eugène Ionesco, também estão nos primórdios do movimento. Espetáculos deste autor foram realizados no Brasil por Luís de Lima. Além do próprio Fernando Arrabal (“Fando e Lis”, é de 1955), destacam-se ainda dramaturgos como Horald Pinter e Jean Genet.
Sobre Fernando Arrabal
Escritor, dramaturgo e cineasta, nasceu em 1932, na Espanha, passando a viver na França em 1955. Além dos textos para teatro, publicou livros de poesia, novelas, ensaios e dirigiu longas-metragens. Destacou-se ainda pela crítica ao general Francisco Franco (“Carta al general Franco”), chegando a ser preso pelo regime franquista na década de 1960. Arrabal é um dos criadores do movimento Pânico, que ele mesmo qualificou como “presidido pela confusão, pelo humor e pela euforia, busca a incorporação de elementos surrealistas na linguagem teatral”.
Apoio Cultural – No ano de 2017, o Conservatório de Tatuí orgulha-se em receber apoio cultural da Coop e CCR SPVias.
SERVIÇO:
Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí
Rogério Vianna, coordenador
Data: 21 de março de 2017, terça-feira
Horário: 20h00
Local: Sala Preta do Setor de Artes Cênicas – Rua 15 de Novembro, 63/65 – Tatuí
Classificação: 14 anos
Entrada franca
Informações: (15) 3205-8444
A Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí abre a temporada 2017 comemorando o Dia Mundial do Teatro com a leitura dramática do espetáculo “Fando e Lis”, de Fernando Arrabal. A apresentação gratuita acontece no dia 21 de março, terça-feira, às 20h00, na Sala Preta do Setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí.
A leitura dramática da peça de Fernando Arrabal será realizada pelos atores Adriana Afonso, Dalila Ribeiro, Fernanda Mendes e Rogério Vianna, da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí, além dos atores convidados Carlos Alberto Agostinho e Erica Pedro.
O coordenador da Cia. de Teatro, Rogério Vianna, destaca que a apresentação de boas-vindas acontece na semana em que se homenageia uma das artes consideradas mais antigas da humanidade: a interpretação teatral. Segundo Vianna, o texto foi escolhido no final do ano passado, a princípio, para se tornar uma montagem. Porém, devido à pesquisa que a Cia. deseja para 2017, ele será desenvolvido em uma oportunidade futura. “Mesmo assim, o grupo resolveu presentear o público com a leitura dramática deste trabalho de Arrabal”, comenta o coordenador.
A peça integra o chamado “Teatro do Absurdo” e narra a interdependência entre Lis, uma mulher paralítica, e seu companheiro Fando, que a conduz a caminho de Tar. Entre eles há um relacionamento vicioso marcado não só pela dependência física de Lis, mas também por um histórico de violência e afetividade. Quando tudo parece vazio e silencioso surgem Namur, Mitaro e Toso, os homens de guarda-chuva que, como Fando e Lis, vivem um relacionamento de dependência e caminham juntos em direção a Tar. Assim, parece quase impossível que todos esses personagens encontrem o seu destino.
“Nesse universo de incomunicabilidade, cercado por um universo de lindas palavras, é que se percebe na obra de Arrabal um contexto perturbador, forte, chocante, de difícil aceitação, mas que deve ser visível aos olhos do público”, afirma Vianna.
De acordo com ele, a leitura dramática servirá para mostrar o ofício do ator, que, como define Fernanda Montenegro “percorre assim os séculos e os espíritos, imitando o homem tal como ele pode ser e tal como é”. “O ator confunde-se com outra figura absurda: o viajante. E como viajante, o ator esgota uma coisa que percorre sem cessar. Ele é o viajante do tempo e, se é um grande ator, torna-se o ansioso viajante das almas”, acrescenta a consagrada atriz. Na semana em que se comemora o Dia do Teatro, a leitura dramática tem como objetivo refletir sobre o papel do ator na sociedade, para “buscar a individualidade, não o individualismo”, como sustenta Montenegro.
Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí
Reúne atores e atrizes profissionais – professores no setor de artes cênicas – e alunos do curso de teatro adulto, que atuam como bolsistas. A fundação oficial aconteceu em 2009, ocasião em que estreou a montagem de “Rosa de Cabriúna”, de Luís Alberto de Abreu, premiada no 23º Festival de Teatro do Rio de Janeiro (2010) e no 38º FENATA – Festival de Teatro de Ponta Grossa (2010). O grupo também desenvolveu montagens dos espetáculos “Como Fazer Teatro em Cinco Lições”, “Vereda da Salvação” e “Antígona”.
Junto a outros grupos pedagógico-artísticos do Conservatório de Tatuí, a Cia. de Teatro atua em importantes espetáculos didáticos. Entre as montagens mais recentes estão “Um Chorinho para Dona Baratinha” (junto ao Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí); e “Villa-Lobos encontra Guarnieri”, “A Vinda da Família Real ao Brasil”, “MomoPrecoce”, “Sonho de Criança”, “Stravinsky e seu ballet Petrushka” e “As Estórias do Tião” (estes junto à Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí).
Em 2015, a Cia. de Teatro optou por pesquisa de obras de Plínio Marcos, trabalhando os textos “A Balada de um Palhaço” e “Goela Abaixo”, este último inspirado em personagens das obras de Plínio Marcos, além de protagonizar uma série de leituras dramáticas e saraus. No ano de 2016, a Cia de Teatro desenvolveu o projeto “Realismo Fantástico”, cuja obra a ser encenada é do dramaturgo Aldomar Conrado, “O Apocalipse ou o Capeta de Caruaru.
Para 2017, com o intuito de utilizar novas formas de linguagens a Cia. realizará o projeto “Teatro Popular”, com espetáculos que possam ocupar espaços alternativos como praças, escolas, entre outros.
Coordenador Rogério Vianna
Ator, historiador e gestor de cultura, iniciou sua formação nas artes cênicas em 1992, no Conservatório de Tatuí, formando-se pela Incenna Teatro e Televisão. Aprimorou os conhecimentos em roteiro e produção para rádio e TV pela Ceinter/FASP (Faculdades Associadas de São Paulo) e atualmente estuda história pela Universidade Paulista.
Como ator, participou de diversos espetáculos dentre os quais se destacam: “Antígona”, “Vereda da Salvação”, “Vendedor de Sonhos”, “Nossa Cidade”, “Sertões; o ciclo da Terra”, “Édipo Rei”, “A Cantora Careca”, “Aurora da Minha Vida”, entre outros. Foi agraciado com prêmios de “melhor ator e figurinista” pelo FEPAMA.
Trabalhou com grandes nomes do cenário teatral: Georgette Fadel, Kleber Vallin, Marcelo Soler, Newton de Souza, Paula Ribas, Estela Lapponi, Cláudia Schapira, Carlos Ribeiro, Herval Rossano, entre outros. Foi produtor do Coreto Paulista e do projeto Música Orquestral Alemã – Lei Rouanet. Por meio do Núcleo “Falsa Modéstia” produziu diversos trabalhos de pesquisa que envolvem a cultura tatuiana. Foi gestor de cultura de Boituva (2013-2016). Atualmente é coordenador da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí e diretor do Departamento de Cultura de Tatuí.
Sobre o “Teatro do Absurdo”
Expressão artística revolucionária que surgiu na França no início da década de 1950, depois da Segunda Guerra Mundial, desencadeada pelo escritor Albert Camus. Trata da atmosfera de desolação, solidão e incomunicabilidade daquele período. Nele, une-se a comicidade ao trágico sentimento de desolação e de perda de referências do homem moderno. As histórias habilmente construídas na dramaturgia tradicional dão lugar a peças quase sem enredo, com situações que giram em círculos.
A peça “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, é considerada o marco inicial do Teatro do Absurdo. O espetáculo foi encenado no Brasil ainda na década de 1950, pela Escola de Arte Dramática. “A Cantora Careca” e “A Lição”, de Eugène Ionesco, também estão nos primórdios do movimento. Espetáculos deste autor foram realizados no Brasil por Luís de Lima. Além do próprio Fernando Arrabal (“Fando e Lis”, é de 1955), destacam-se ainda dramaturgos como Horald Pinter e Jean Genet.
Sobre Fernando Arrabal
Escritor, dramaturgo e cineasta, nasceu em 1932, na Espanha, passando a viver na França em 1955. Além dos textos para teatro, publicou livros de poesia, novelas, ensaios e dirigiu longas-metragens. Destacou-se ainda pela crítica ao general Francisco Franco (“Carta al general Franco”), chegando a ser preso pelo regime franquista na década de 1960. Arrabal é um dos criadores do movimento Pânico, que ele mesmo qualificou como “presidido pela confusão, pelo humor e pela euforia, busca a incorporação de elementos surrealistas na linguagem teatral”.
Apoio Cultural – No ano de 2017, o Conservatório de Tatuí orgulha-se em receber apoio cultural da Coop e CCR SPVias.
SERVIÇO:
Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí
Rogério Vianna, coordenador
Data: 21 de março de 2017, terça-feira
Horário: 20h00
Local: Sala Preta do Setor de Artes Cênicas – Rua 15 de Novembro, 63/65 – Tatuí
Classificação: 14 anos
Entrada franca
Informações: (15) 3205-8444
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