Prefeitura diz que hospital não pagou dívida, por isso não fez repasse. Hospital alega que justificativa é invalida, pois não interfere em verba do SUS.
Do G1 Itapetininga e Região
A greve de funcionários da Santa Casa de Tatuí chegou ao segundo dia nesta quinta-feira (29). O grupo pede o pagamento do salário referente a novembro, vale alimentação e 13º salário. A paralisação não tem prazo para acabar e reduz o atendimento do hospital, já que o trabalho é feito por apenas 30% do quadro de enfermeiros, técnicos em enfermagem e funcionários de serviços gerais. Com a greve, a população é prejudicada. Segundo familiares, apenas a medicação é dada aos pacientes. Banhos e outros serviços não são feitos.
Segundo o Executivo, a provedoria do hospital não pagou uma dívida parcelada com a prefeitura, o que barrou o repasse de dezembro de R$ 61 mil feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme a administração municipal, a dívida de R$ 593 mil estava parcelada em dez vezes e não foi paga.
Já a direção da Santa Casa afirma que a falta de pagamento do empréstimo não tem relação com o repasse do SUS, e que por isso a justificativa é invalida. Reclama ainda que a prefeitura não encaminhou à Câmara um projeto que autorizasse o repasse da “sobra” do Legislativo para o hospital pagar os funcionários.
Sem poder internar, gestante terá que voltar outro dia (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Para a população, resta apenas os problemas decorrente da greve. A TV TEM acompanhou a tentativa de Daniele Santos internar-se na Santa Casa da cidade. Grávida e a dias de ter o bebê, ela voltou para casa e terá que voltar no domingo (1°). “A gestação dela completa 40 semanas no domingo, e a dor que ela está sentindo? O médico disse que se responsabiliza. Agora vamos aguardar”, afirmou o marido dela, o operador de máquina Éder Santos.
Já os funcionários que não receberam este mês convivem com o medo das contas de janeiro. Segundo a técnica em enfermagem Rosana de Jesus Duarte, desde o início da greve eles não têm resposta de quando o pagamento chegará. “Não mudou nada, continua. Ninguém deu resposta, a situação está difícil”, lamenta.
A greve é liderada pelo sindicato da categoria, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Sorocaba e Região (Sinsaúde). Na quarta-feira (28), primeiro dia da paralisação, cerca de 50 pessoas entraram na prefeitura para protestar. A manifestação foi pacifica e durou cerca de quatro horas.
Cartazes em frente à Santa Casa anunciam greve (Foto: Reprodução/ TV TEM)
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