Foto: Maurício Fidalgo/Rede Globo/Divulgação |
"Quanta gente aí na imprensa agradecendo a Deus...’
Naiara Andrade
Extra - Em comum com Magnólia, só o sotaque interiorano emprestado de Tatuí, cidade do interior de São Paulo onde Vera Holtz nasceu. Nem o tom acinzentado dos cabelos brancos da atriz a personagem de “A lei do amor” herdou. Aquela que é considerada santa pelos moradores de São Dimas tem os fios mais dourados, cor compatível com sua elegância e seu poder.
— Quando me visto de Magnólia, me fecho. É até estranho, porque fico quieta, ando mais devagar. Ela não é uma mulher de sorrisos fáceis, está sempre pensando no próximo passo. Tem uma tensão permanente, porque é uma grande jogadora. E eu sou totalmente o oposto, brinco o tempo todo — compara Vera, que não gosta de definir sua personagem como vilã: — Ela é dissimulada, isso sim. Tem bastante caráter, mas dentro de sua própria ótica. Magnólia é capaz de fazer tudo pela família. Trabalho com essa referência.
Equilibrar a porção aparentemente bondosa da personagem com suas atitudes maquiavélicas por debaixo dos panos acaba sendo uma diversão para a intérprete.
— Embarco totalmente nessa viagem, não faço julgamentos. Vivo a história com a maior disponibilidade — conta Vera, que não teme polêmica ao misturar “santidade” e mentira na mesma pessoa: — Ela nada mais é que um reflexo da nossa realidade. Quanta gente nós vemos aí na imprensa agradecendo a Deus...
Se a casa de Mag é tomada por imagens de santos, é a figura de Francis Underwood (Kevin Spacey), da série americana “House of cards”, que Vera guarda em sua cabeceira.
— Ele é meu “santinho” (risos). Faz maldades absurdas, mas se mostra sempre neutro. Eu busco essa leveza nas cenas de peso.
Outra identidade
No período de um ano e meio, entre o fim da novela “O rebu” e o início de “A lei do amor”, Vera Holtz se propôs o “ócio criativo”. Foi quando nasceu Vera Viral, um alter-ego seu que conquistou fãs e seguidores no Instagram. É uma performance mais divertida que a outra, todas registradas em fotos.
— Encontrei essa identidade performática e autoral. As fotos falam muito, têm muito conceito dentro delas. Quando publico alguma coisa, fico sentadinha acompanhando. Não escrevo, mas respondo com símbolos. É um tipo de comunicação só dela — conta a atriz, que se surpreendeu ao ser festejada por um grupo de jovens que frequentava um bar em São Paulo, enquanto passava pela rua: — Interessante, né? Encontrei a minha turma!
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