‘Construção de fábrica vai depender da economia’, declarou diretor-geral
27/07/16 - De O Progresso de Tatuí
Foto: Cristiano Mota/O Progresso de Tatuí |
Foto: Membro de comitiva chinesa e diretor-geral da Zoomlion, Peter Chen, reforçaram vontade de investir
Fabricante de veículos pesados usados na construção civil, a chinesa Zoomlion continua interessada em Tatuí. A empresa mantém plano de instalar, no município, uma “grande fábrica” – a maior da América Latina. É o que declarou, com exclusividade a O Progresso, o diretor-geral da companhia, Peter Chen.
O executivo participou, na manhã de sexta-feira, 22, de evento no município. Ele integrou comitiva que acompanhou o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, no início de construção de marginal paralela. A obra, orçada em R$ 15,5 milhões, vai atender ao novo distrito industrial da cidade. A fase de construção termina em abril de 2017 e permitirá a instalação da planta da Zoomlion. A empresa chinesa é proprietária de um dos dois terrenos que serão atendidos pelo dispositivo de acesso. O local é “vizinho” ao espaço no qual a Noma do Brasil iniciou construção.
Chen conversou com a reportagem após o cerimonial, quando reforçou a intenção de a empresa chinesa – que é governamental – se estabelecer na cidade. Também comentou sobre o fato de a fabricante ter escolhido Indaiatuba e não Tatuí para dar início às atividades no país. Em setembro de 2013, quase três anos depois de ter começado a negociar com Tatuí, a companhia anunciou a ida para Indaiatuba. O município de quase 200 mil habitantes recebeu a primeira planta da fabricante na América Latina.
Líder mundial na fabricação de equipamentos para concreto, a empresa chegou ao Brasil com o nome de Zoomlion Cifa. O empreendimento se deu por meio da Investe São Paulo – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, com a compra de um terreno de 12 mil metros quadrados. “A Zoomlion ainda está discutindo com Tatuí. Nós temos um investimento aqui (o terreno) e um plano muito grande para o município, mas, como todo mundo sabe, a economia brasileira não está passando por bom momento”, declarou Chen.
Sem revelar planos, o diretor-geral se limitou a dizer que o governo chinês – detentor das ações da empresa – está esperando uma chance para investir. “Nós queremos fazer muitas coisas aqui. A Zoomlion acredita que o Brasil está em crescimento e que, no futuro, vai fazer muitos negócios aqui”. Chen afirmou que o grupo de investidores ainda não tem definição sobre o prazo para implantação da planta em Tatuí. Como vai aguardar a recuperação da economia brasileira, ele disse que a empresa pode alterar o projeto inicial.
Conforme o executivo, o tipo de construção, o tamanho da fábrica e até os produtos podem variar. “É muito difícil, neste momento, para qualquer companhia brasileira ou estrangeira, investir. Então, nós decidimos esperar”, ponderou. Apesar da prudência, Chen ratificou que a Zoomlion construirá a unidade de produção em Tatuí. Num primeiro momento, voltou a frisar que os planos “não estão claros”. “O que eu gostaria de dizer, para o jornal e para o governo local, é que nós temos uma ideia muito certa de que vamos iniciar as atividades aqui em Tatuí”, disse. “Somos uma empresa internacional e muito grande na China. Temos muitas bases fora dela, e uma de nossas maiores será aqui”, reforçou.
Em função da instabilidade da economia, o executivo voltou a enfatizar que a companhia pode rever apenas os planos com relação ao tamanho da unidade, número de empregos e produtos. O carro-chefe são caminhões para usinagem (produção de concreto industrial). “Temos muitos produtos, incluindo caminhões pesados, a serem fabricados aqui. A unidade será muito boa estrategicamente para a Zoomlion”, apontou.
A fábrica em Indaiatuba dará suporte à futura planta local. Também permitirá treinamento da mão de obra, que, conforme Chen, será preenchida, na maioria, por trabalhadores de Tatuí e da região. O número de empregados dependerá da recuperação da economia brasileira. “Se o mercado estiver melhor, talvez nós possamos investir mais dinheiro aqui. Mas, isso vai depender do mercado. É algo que não é fácil de ser respondido, porque não temos como saber como estará o país no futuro”, justificou.
Com certeza, a empresa tem o fato de que vai priorizar o mercado brasileiro e latino e a capacitação da mão de obra local e regional. Parte da equipe especializada poderá vir de Indaiatuba; a outra parte, das unidades espalhadas pela China. “Temos um plano muito grande e que inclui essa futura planta. Agora, eu só posso pedir para que as pessoas acreditem que temos muito para investir”, disse.
Chen ressaltou que a China segue interessada no município por conta do suporte dado pelas autoridades brasileiras - em especial, pelo governo local. O executivo mencionou que “a Prefeitura não mediu esforços durante as negociações”. “No início, tivemos um suporte gigantesco, e que eu acredito que é suficiente. Não sei se vamos precisar de mais ajuda para suprirmos as necessidades que vierem com o novo momento, mas, em princípio, basta”, analisou.
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