Modelo tradicional chega a custar 10 vezes mais.
'Não pagamos royalties', explica professor da Fatec de Tatuí.
Alunos do curso de automação industrial da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) de Tatuí desenvolveram uma estação meteorológica 10 vezes mais barata do que os sistemas utilizados comercialmente. “O gasto total do nosso projeto completo fica em torno de R$ 10 mil, se contarmos hardwares e softwares instalados. Já o preço de um serviço comercial é de R$ 100 mil”, afirma o professor e orientador do programa Otávio Gaijuts.
Sistema tem baixo custo de manutenção, segundo responsáveis (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
O responsável pelo projeto também conta que a explicação para a diferença no valor do sistema, quando comparado a uma estação convencional utilizada por empresas, está na montagem do produto. A peça demorou 1 ano e 4 meses para ficar pronta e teve o trabalho de nove alunos.
“Não pagamos royalties [equivalente a direitos autorais, em inglês]. As empresas vendem elementos em que o preço do direito intelectual está incluso. O que fizemos foi produzir os próprios elementos, adaptar alguns eletrônicos e comprar produtos mais baratos”, aponta Gaijuts.
Para o professor, outra grande vantagem do sistema implantado na Fatec diz respeito ao gasto previsto com a conservação do aparato tecnológico. “Há uma redução drástica em termos de custo e a nossa estação não fica devendo para as outras. A manutenção é muito mais barata. Estou muito feliz com o resultado, precisei dar umas 'chicotadas' nos alunos, mas deu certo (risos)”, brinca.
Funcionalidade do aparelho
De acordo com os criadores da estação, os programas instalados permitem prever até nove eventos climáticos e o espaço ocupado pela máquina não ultrapassa um metro quadrado. Participante do projeto, o aluno José Celso Cornolo Júnior cita alguns dos serviços. “Os sensores são capazes de realizar a medição de precipitação, que é a quantidade de chuva por milímetros, da velocidade do vento em metros por segundo e também avaliar a direção do vento”, relata.
Além de fazer previsões e avaliar as condições climáticas, o equipamento também emite os dados em tempo real pela internet em toda parte do planeta. “O software dispõe de recursos para monitorar sensores e máquinas. As informações obtidas são transmitidas em bancos de dados para outros servidores e centrais. Os sinais podem ser recebidos de qualquer lugar do mundo”, destaca o estudante Enéias Elias do Prado.
O aluno ainda exemplifica uma das potenciais utilizações da máquina. “Em uma granja seria possível controlar a umidade e temperatura, caso o clima chegasse a um determinado limite. Outras aplicações também poderiam ser desenvolvidas com base neste mesmo sistema”, finaliza Prado.
A estação meteorológica desenvolvida pelos estudantes foi uma das escolhidas para concorrer na 9ª Feira Tecnológica do Centro Paula de Souza, que reúne todas as Fatecs e Etecs do estado. O evento será em São Paulo (SP) entre esta quarta-feira (21) e sexta-feira (23).
Projeto vai concorrer em Feira Tecnológica em São Paulo (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
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