domingo, 23 de agosto de 2015

Boituva: laudo diz que paraquedista morto sofreu politraumatismo no corpo

Cláudio Knippel morreu em junho durante salto no CNP em Boituva (SP).
São investigadas três hipóteses: mal súbito, colisão no ar e falha técnica.


Paraquedista morreu em acidente em queda livre em Boituva (Foto: Reprodução/ Facebook)

O laudo necroscópico do corpo do paraquedista e advogado Claudio Knippel, de 45 anos, quemorreu durante salto em Boituva (SP), aponta que o esportista sofreu politraumatismo (vários traumas) no corpo – membros inferiores e superiores. O boletim médico divulgado nesta sexta-feira (21) não especificou qual parte bateu primeiro no chão, nem se a vítima morreu antes da batida. O acidente foi em 19 de junho no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP).

A Polícia Civil em Boituva irá analisar as imagens do salto, feitas por uma câmera acoplada ao equipamento da vítima, junto com peritos da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq). “Como são especialistas no esporte, eles poderão identificar e nos informar o que estava dentro e fora da normalidade no salto”, diz o delegado do caso, Silvan Renosto.

O delegado explica ainda que a filmagem será fundamental para tirar conclusões: “No momento temos três hipóteses a serem investigadas: 1) o paraquedista bateu em alguém no ar e desmaiou; 2) ele teve um mau súbito e ficou inconsciente; 3) o equipamento falhou e não abriu.”

Além de analisarem o vídeo do salto, equipes do CBPq também receberão o paraquedas de Knippel para verificar se houve problema técnico. As imagens e o equipamento serão analisados nos próximos dias a partir de segunda-feira (24), diz Renosto.

Entenda o caso
Cláudio Knippel morreu durante prática do esporte em 19 de junho, quando fazia um salto a 4 mil metros de altura com um grupo de amigos no CNP em Boituva. O paraquedista era casado, deixou dois filhos. Ele tinha um escritório de advocacia em Mogi das Cruzes (SP) e morava em São Paulo (SP).

Knippel somava mais de 10 mil saltos e era especialista na modalidade freefly, que é uma das mais rápidas do esporte, segundo o presidente do CNP, Nilson Pereira leitão. “No freefly eles atingem até 320 quilômetros por hora, porque caem em direção ao chão. Já em outras modalidades a velocidade da queda é normalmente de 220 quilômetros por hora”, afirmou.

Logo após o acidente, Leitão levantou a hipótese de que o paraquedista havia se chocado com outro esportista no ar, desmaiado e não acionado o dispositivo. O presidente não soube apontar por que o paraquedas reserva não acionou sozinho. “É uma regulamentação da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq). Cláudio usava o equipamento, mas por algum motivo ele não foi acionado”, contou na época.

No dia seguinte ao acidente o delegado responsável pelo caso, Silvan Renosto, descartou preliminarmente a hipótese de queda entre paraquedistas no ar porque “nenhum outro esportista ficou ferido", disse na ocasião. O delegado voltou atrás e atualmente considera a hipótese.

Outros acidentes
Depois do acidente em junho, o CNP registrou outros dois casos graves em agosto. Em 1° de agosto, o aluno de paraquedismo Fernando Henrique da Cruz, de 31 anos, teve ferimentos graves durante um salto sozinho. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois no hospital, afirma o Corpo de Bombeiros.

Testemunhas disseram à corporação que a vítima fez uma curva baixa, não conseguiu controlar o paraquedas para o pouso e bateu com velocidade no chão. A Polícia Civil em Boituva aguarda a chegada do boletim de ocorrência que foi registrado em Sorocaba (SP), porque a vítima morreu no hospital da cidade. Renosto pediu a perícia do paraquedas que Cruz usava.

Já em 10 de agosto, o empresário Francisco Simões Guarnieri, de 31 anos, teve ferimentos graves, hemorragia interna e fratura exposta na perna em novo acidente no CNP. O acidente foi filmado por uma testemunha que assistia o salto.

Para o presidente do Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), Nilson Pereira Leitão, o empresário se acidentou porque errou o cálculo com o novo equipamento que usava. “O paraquedas era novo e proporciona mais velocidade quando comparado com o que estava acostumado”, diz.

Guarnieri foi transferido ao Hospital Regional em Sorocaba, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por alguns dias, mas passa bem e deve ter alta na segunda-feira (24), diz o irmão Rafael Guarnieri. Nenhum boletim de ocorrência foi registrado.
Paraquedista fazia salto no estilo freefly, um dos mais rápidos da modalidade (Foto: Reprodução/ Facebook)

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