De O Progresso de Tatuí, editado pelo DT
O Banco de Sangue de Tatuí enfrenta nova dificuldade. A unidade, idealizada e fundada pelo Lions Clube, tem equipamentos obsoletos e precisa, urgentemente, trocá-los. A informação é da provedora da Santa Casa, Nanete Walti de Lima. Conforme ela, o banco não está coletando mais sangue. Conforme o diretor financeiro da Santa Casa, João Prior, os aparelhos do banco de sangue não apresentam mais condições de serem calibrados. “Eles são muito antigos, e precisa haver uma troca”.
Como solução paliativa, a provedora informou que a Santa Casa realizou um acerto com o Banco de Sangue de Botucatu. Pelo acordo, a equipe botucatuense oferece cobertura ao município, fornecendo e coletando sangue em Tatuí. Em paralelo, uma equipe que trabalha na unidade de Tatuí vai a Botucatu para receber treinamento. “As nossas meninas estão indo lá para concluir um curso”, disse Nanete. O banco de Botucatu deu 60 dias de prazo para que a Santa Casa providenciasse a regularização da unidade, prazo que expirou neste mês.
Pelos cálculos da provedora, a readequação do espaço vai exigir investimento da ordem de R$ 35 mil a R$ 60 mil. “Ocorre que o hospital não tem esse valor para aplicar. Estamos em situação muito difícil”, argumentou Nanete. A provedora informa que a diretoria está buscando obter o recurso. Nanete disse que o vice-provedor, Máximo Machado Lourenço, está pleiteando o valor junto ao deputado José Afonso Lobato (PV).
A unidade local deixou de coletar sangue em maio. Entretanto, consegue continuar funcionando graças ao acordo de colaboração com Botucatu. No momento, o banco de sangue funciona como uma “agência transfusional”, servindo apenas para armazenar sangue e seus derivados (plaquetas, plasma e granulócitos). Como não pode coletar o material, a unidade apenas recebe sangue de Botucatu, usado para transfusões em Tatuí. “Nós perdemos essa qualificação de banco por falta de capacidade de coletar, embora Tatuí tenha uma cultura de doador de sangue muito boa”, disse Prior. Tirando proveito disso, a Santa Casa mantém o acordo com Botucatu, que coleta sangue “O negativo” dos doadores tatuianos. O material é enviado para uso em Botucatu. Em troca, a unidade recebe sangue para uso nos pacientes locais. “Com isso, nós conseguimos prorrogar o nosso prazo de adequação”, disse Prior.
A próxima coleta a ser realizada pela equipe botucatuense acontecerá no dia 30, última quinta-feira do mês. De antemão, a provedora conseguiu estender o prazo até a data, mas disse que quer resolver a questão “o mais breve possível”.
“Além de contratarmos uma bioquímica, do curso para as meninas, temos que adequar a parte material", falou Nanete. Entre os equipamentos exigidos para que o banco de sangue possa voltar a coletar, estão uma espécie de “agitador”, para evitar que o sangue não coagule, e uma seladora utilizada para fechar a bolsa, evitando, com isso, a contaminação. “Eles são básicos, os que nós temos não têm mais como ser calibrados”, disse Prior. Conforme ele, as máquinas do Baanco de Sangue de Tatuí apresentam problemas na volumetria. “Uma hora, dão bolsa com muito volume; outra, com um volume inadequado, porque perdeu qualidade”, comentou.
Entregue à Santa Casa em 2 de setembro de 1956, o banco de sangue foi fundado em 1955, pelo primeiro presidente do Lions de Tatuí, Fortunato Minghini, que dá nome ao banco. No ano de 2003, o clube de serviços decidiu construir um novo prédio para a unidade. O anterior tinha entrada e saída pela rua Capitão Lisboa, sendo substituído pelo atual, mais moderno, na rua Cônego Demétrio, construído e totalmente equipado com colaboração da população, da Prefeitura, verbas da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e subsídios doados pela LCIF (Fundação Internacional dos Lions Clube). Em 2005, o clube repassou as responsabilidades pelo custo operacional e manutenção para a Santa Casa. E continuou colaborando com a unidade.
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