segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Região de Tatuí conta com ações para inclusão em escolas

Do G1- No Brasil, cerca de 140 mil crianças e jovens estão fora da escola devido a algum tipo de deficiência. Na região há alguns exemplos de como é possível, com ou sem tecnologia, oferecer cada vez mais educação para todos.

É o caso dos amigos Luiz Henrique Kichel e Alan da Silva que cursam produção fonográfica na Fatec de Tatuí . Eles são portadores de deficiência visual, mas a falta de visão nunca foi um obstáculo. Estão no mesmo semestre e na mesma turma. Na sala de aula, as anotações são feitas no computador pessoal. A instituição adquiriu até um scanner especial que lê as paginas de qualquer livro. “Agora nós temos mais uma independência. Antes as professoras auxiliares tinham que pegar o livro, escanear , passar em um programa para depois corrigir o texto e nos passar”, afirma Alan.

Os estudantes têm o auxilio de professores para circular pela instituição. Na biblioteca escolhem os livros que querem estudar. Na hora de mexer na máquina, os dois já mostram intimidade com os botões e depois de scannear o texto é só escutar. É possível salvar também em pen drive pra poder levar as informações pra casa. Para quem tem pouca visão, o equipamento também funciona como uma lupa, amplia as letras e facilita a leitura.

O diretor da Fatec, Mauro Tomazela, ressalta a importância dos equipamentos e principalmente dos alunos. “Esses equipamentos ajudam bastante para que os alunos tenham uma vida normal aqui na instituição, para que façam a leitura dos livros seja eles quais forem”, conta.

O aluno Luiz Henrique veio de Santa Catarina pra estudar na Fatec e também no Conservatório Musical de Tatuí, onde toca bateria. Acostumado a ser independente, o estudante acredita que esta nova tecnologia possibilita o acesso às mesmas informações que qualquer aluno possa ter. “Facilita principalmente na questão periódicos. Porque temos acesso a publicações cientificas que não chegava até a gente pelo fato de não terem a publicação em braile e por não terem em formato digital”, explica.

A educação inclusiva deve ter início na alfabetização e deve ser para todos os tipos de deficiência. Em uma escola municipal em Itapetininga, por exemplo, os estudantes e professores tiveram que se adaptar para receber uma aluna com paralisia cerebral.

Trata-se da estudante Natasha, de 8 anos, que está no 3° ano do Ensino Fundamental. O conteúdo é o mesmo que os outros estudantes têm durante o ano, mas a professora Wanderléia Aparecida Amaral Fonseca trabalha com um material diferente pra facilitar o aprendizado na menina. Ela conta que a menina senta na primeira carteira. “Além da parte didática, tem a socialização. Ela socializou muito com as outras crianças”, ressalta a professora.



O atendimento escolar é obrigatório a todos os estudantes de 4 a 17 anos, inclusive com deficiência e transtornos de desenvolvimento. Não existe um tipo de deficiência que exclua a criança de ser atendida pela escola em classe regular, sob pena de denúncia aos órgãos da educação e ao Ministério Público. A sociedade precisa estar preparada para a diversidade. Na sala as crianças já estão acostumadas com Natasha e até mesmo incentivam a garota. “Nós ajudamos ela, pintamos junto com ela”, revela o amigo Matheus Soares da Silva, de 9 anos.
(Fotos: Reprodução/ TV TEM)

Nenhum comentário:

Postar um comentário