Um desses casos é do pedreiro Márcio Rogério Gaspar, que está há mais de três anos na fila de espera por uma cirurgia no joelho. Em 2011, foi diagnosticado um cisto na perna direita. Mesmo com dor, ele continua trabalhando como pedreiro. E não tem nenhuma previsão de quando vai conseguir a operação. “cada dia que passa vai piorando mais. É complicado trabalhar sentido o peso no joelho, não poder agachar. Dói, quando chega a tarde tenho que tomar remédio para amenizar a dor. É complicado”, reclama.
A dona de casa Mariana Campos Antonio também diz estar cansada de esperar. Há dois anos marcou uma cirurgia para eliminar as varizes nas pernas. A dor já é tanta que ela teve que abrir mão do trabalho para ficar em casa. “Medo, angústia, tristeza por ver o jeito que está”, afirma.
A mãe da paciente, a também dona de casa Maria Madalena Antonio, também sofre com problema de varizes nas duas pernas. Segundo ela, a consulta com um especialista demora de 30 a 40 dias pra ser agendada. E quando finalmente chega a data, a situação não é resolvida. “Quando chega lá ele [o médico] dá uma olhadinha e fala que está bom. Dá um paracetamol para aliviar a dor, uma pomadinha e só”, conta.
Em Tatuí, os pedidos de exames e procedimentos médicos da rede pública são encaminhados ao prédio da Secretaria Municipal de Saúde. As vagas são controladas por uma central do estado. O objetivo seria apressar os atendimentos nos casos mais graves. Mas não é isso o que vem acontecendo na cidade, segundo o aposentado Luis Carlos de Danieli. Com suspeita de câncer na próstata, ele solicitou uma biópsia em faveiro do ano passado. Até agora não recebeu o resultado. “Pelo SUS [Sistema Único de Saúde] não saiu, só pagando pelo particular”, revela.
A Secretaria Estadual da Saúde alegou, por nota, que oferece mensalmente vagas para consultas, exames e cirurgias ao município de Tatui. A cidade seria responsável pelo controle da fila de espera e dos agendamentos.
Em relação ao caso do paciente Luiz Carlos de Danieli, o Ambulatório Médico de Especialidade (AME) de Itapetininga o encaminhou para o AME de Itu (SP), para fazer a biopsia. O agendamento foi feito diversas vezes, porém o AME não conseguiu entrar em contato com o paciente para informá-lo sobre o exame. A secretaria não esclareceu a respeito da situação dos demais pacientes.
(Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
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