Dados são de maior pesquisa sobre hábitos culturais já realizadas no Estado de São Paulo
O Conservatório de Tatuí, equipamento do Governo de São Paulo e Secretaria da Cultura, abriga 70% das atividades de tempo livre no município. É o que revelam índices que compõem a pesquisa “Cultura em SP: Hábitos Culturais dos Paulistas”. Trata-se do maior levantamento sobre a temática já realizada no Estado.
O estudo é composto por dados coletados por mais de 8 mil pessoas em 21 cidades paulistas. A pesquisa ficou a cargo da consultoria JLeiva Cultura & Esporte em parceria com o Instituto Datafolha, que entrevistou pessoas com 12 anos ou mais, em busca de informações sobre seus hábitos culturais. Cada uma respondeu a mais de 80 perguntas, entre os meses de abril e maio.
Em Tatuí, 70% dos entrevistados responderam que vão a eventos sediados no Conservatório em seus tempos livres. Desse total, 29% costumam ir ao teatro; 20% assistem espetáculos de dança e 21% costumam frequentar concertos.
Quase 100% das pessoas ouvidas pela pesquisa conhecem o Conservatório e o teatro “Procópio Ferreira”. Conforme o estudo, 91% dos entrevistados afirmou conhecer a escola de música, artes cênicas e luteria. Também do total das pessoas questionadas, ainda, 90% delas declararam conhecer o teatro.
A preferência do público pelo Conservatório é, também, verificada em outro questionamento. A escola é o local mais frequentado por 22% dos entrevistados em seus tempos livres. Quase o mesmo percentual das pessoas ouvidas (21%) considera as apresentações no Conservatório como “evento mais importante” da cidade.
Para tentar compreender a importância da cultura para os moradores do Estado, a consultoria JLeiva Cultura & Esporte destacou que partiu da ideia de que as atividades culturais são realizadas fora do tempo dedicado ao trabalho.
A pergunta sobre o tempo livre foi feita de forma aberta, permitindo que o entrevistado respondesse também livremente de acordo com a sua preferência. Nesse contexto, os números obtidos pelo Conservatório de Tatuí são bastante representativos.
Para a empresa de consultoria, a pesquisa evidencia como a presença de equipamentos culturais de relevância em uma determinada cidade pode estimular o consumo de cultura. No total da amostra com todos os entrevistados no Estado de São Paulo, 12% deles responderam ter ido a um concerto de música clássica no último ano.
Em Tatuí, onde está localizado o Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, administrado pela Secretaria de Estado da Cultura por meio da Associação de Amigos do Conservatório de Tatuí, esse índice chega a 21%.
O levantamento contempla, também, a frequência com que os entrevistados realizam atividades culturais dentro de seus tempos livres. No município de Tatuí, 37% dos ouvidos relataram que costuma frequentar o teatro de oito a dez vezes ao ano; 22% vão a concertos e 55% assistem a shows, nesse mesmo período.
A pesquisa que mostra o que fazem os paulistanos nas horas livres compila dados de moradores da capital, da Região Metropolitana de São Paulo (composta por Diadema, Guarulhos, Osasco, Santo André e São Bernardo) e 15 cidades do interior.
Além de Tatuí, o Instituto Datafolha ouviu residentes em Araçatuba, Barretos, Bauru, Botucatu, Campinas, França, Jundiaí, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, Sorocaba, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Taubaté. Trata-se de municípios com mais de cem mil habitantes.
O levantamento traz informações inéditas sobre o comportamento e os interesses culturais dos paulistas. Os dados deram origem a três diferentes produtos: seminário, livro e um site. O conteúdo de cada um deles é 100% gratuito e pode ser consultado por gestores públicos, privados e produtores culturais.
A iniciativa foi apresentada em novembro em quatro municípios (São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos), com lançamento do livro. Na obra, o secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Mattos Araujo, destaca o papel central da cultura nos processos de transformação da sociedade, “ora determinando mudanças, ora sendo redimensionada por elas”.
Também cita que a revolução tecnológica em curso (desde a chegada da internet) tem impacto profundo na vida cotidiana, na formas de comunicação entre as pessoas e até mesmo na educação e transmissão do conhecimento.
“Acompanhar essas transformações não é tarefa fácil, principalmente quando elas se encontram em pleno andamento e a toda velocidade. A pesquisa sobre os hábitos culturais dos paulistas representa um esforço no sentido de gerar informações sobre como algumas atividades estão presentes ou não no dia a dia dos moradores do estado de São Paulo”, pontua.
Mattos Araujo afirma, ainda, que o estudo vem se somar a outras iniciativas da Secretaria da Cultura do Estado, que visam a gerar conhecimento sobre o cenário cultural do Estado, destacando quem produz ou quem usufrui dessa produção. Para o secretário, a pesquisa realizada nas cidades onde vive metade da população de São Paulo traz informações que podem ser úteis aos mais variados agentes culturais. Podem usufruir dos dados, produtores independentes, grandes instituições, artistas e demais pesquisadores do assunto.
Com abordagem panorâmica, a pesquisa deve gerar, no futuro, estudos específicos sobre as diferentes dinâmicas que compõem a cultura, apontada pelo secretário de Cultura do Estado como “um universo tão vasto e intangível”.
A divulgação dos resultados aconteceu em eventos abertos ao público nos quatro municípios. Houve, ainda, realização de seminário para apresentação e debate sobre os números da pesquisa e workshops voltados a produtores culturais.
O estudo idealizado por João Leiva, diretor da JLeiva Cultura & Esporte, contou com patrocínio da CCR ViaOeste, CCR SPVias, Grupo CCR, Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e Oi, obtidos pelas Leis Rouanet e Proac (Programa de Ação Cultura), do governo do Estado. Também recebeu apoio cultural do Sesc (Serviço Social do Comércio), de São Paulo, do Oi Futuro e da Secretaria de Estado da Cultura.
Destaques gerais
A pesquisa testou o grau de conhecimento e frequência de mais de 200 espaços culturais nas cidades paulistas. Na capital, chamou a atenção o fato de os parques e praças (20%) serem os espaços mais lembrados, seguidos por museus (11%), centros culturais (9%) e shoppings (8%).
Individualmente, o Parque Ibirapuera lidera a lista (10%). “Os resultados reforçam a visão mais contemporânea de que a cultura tem vocação para ocupar diferentes espaços nas cidades. Da rua aos shoppings”, afirmou Leiva.
As novas tecnologias são bastante usadas para a busca por opções culturais e de lazer. Internet e redes sociais são citadas por 40% das pessoas quando o assunto é buscar informações sobre programação cultural, perdendo apenas para a TV, com 46%.
Acompanhando essa estatística, o Conservatório de Tatuí mantém – e “alimenta com conteúdo” – páginas na internet para divulgação de seus eventos. São mais de 52 mil seguidores na rede social Facebook e quase mil inscritos no canal do YouTube – este, com quase 98 mil visualizações de vídeos.
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