Do G1- Durante os trabalhos na construção civil, uma preocupação de operários e empreiteiras deve ser com os riscos de choques elétricos, principalmente, em locais onde os funcionários ficarão próximos à rede de energia. Segundo especialistas em segurança do trabalho, o uso de equipamentos de segurança deve ser obrigatório, além de um possível desligamento da rede. Na região de Tatuí, em um período de três dias, acidentes com choques elétricos resultaram na morte de um trabalhador da construção civil e em outro ferido.
De acordo com o técnico de segurança André Luiz Cancian, que trabalha para a concessionária de energia que atua em Tatuí, o trabalhador deve estar atento em relação ao contato com qualquer objeto e os fios. A pessoa pode ficar com sequelas graves ou até mesmo morrer em caso de contato. A principal recomendação é antes de qualquer medida, a concessionária seja procurada para dar orientações ou até mesmo fazer o isolamento. “Para todos os profissionais da construção civil a orientação é que procurem a concessionaria de energia elétrica. Quando ela identificar uma situação de risco com a rede próxima a sua construção, ela fará a instalação de barreiras ou fará desligamentos provisórios para que sejam colocadas as barreiras. Assim, nenhum manuseio de vergalhão ou réguas poderá tocar na rede e a pessoa não sofrerá o choque elétrico que pode ser fatal”, comenta.
Os profissionais que trabalha diretamente com a rede de energia, como os que fazem a manutenção dos cabos da rede de distribuição da concessionária, as medidas de proteção são rigorosas já que não ocorre a interrupção da corrente elétrica.
De acordo com a gerente de distribuição Marcelo Vilarino, todo o cuidado é necessário já que os operários estão próximos a cabos por onde passa uma voltagem de 13,8 mil volts. Além de equipamentos específicos, eles são suspensos do chão por um caminhão isolante que não permite que já a descarga. “Essas pessoas são treinadas durante 400 horas para estar exposta ao risco. Os funcionários se utilizam todos os equipamentos de proteção individual. O veículo também é completamente isolado, então, lá em cima, na cesta aérea, os nossos eletricistas tornam–se quase ‘passarinhos’. Eles estão em voo, sem contato nenhum com o chão, por isso, eles não tomam choque”, explica.
Alerta
De acordo com o engenheiro em segurança do trabalho Luís Alberto Cleto, todos os trabalhadores da construção civil devem usar equipamentos de segurança. “Para a segurança do trabalhador, existe o capacete, além de protetores para os olhos, para os braços, para as pernas e para o tórax. E no caso de pintura em altura, que acima de dois metros já é considerado trabalho em altura, eles têm que ter também um cinturão e estarem presos a cabos distintos da plataforma que estão trabalhando”, comenta.
Já para os casos específicos de trabalhadores que ficarão próximos à rede elétrica, Cleto também afirma que o empregador deve manter contato com a concessionária da região. “Junto com a concessionária vão determinar um plano de trabalho ou o corte da rede elétrica ou a proteção com barreiras. Independentemente do material usado transmitir eletricidade, como os cabos de metal dos rolos de pinta, no caso da pintura, o importante é não existir corrente elétrica no local onde os trabalhadores estão atuando. A rede de alta tensão tem que ser protegida. Não adianta ter um cabo de madeira porque se encostar na rede também vai acontecer acidente”, diz.
O engenheiro afirma que a lei trabalhista brasileira preconiza que o trabalhador tem que ser protegido, no entanto, isso é pouco seguido no país. “O que acontece no Brasil é a inversão de valores. Eles dão valor para o trabalho e não para o trabalhador. Para o trabalho ser bem executado, o trabalhador tem que estar protegido.”
Acidentes na região
Entre o último sábado (5) e segunda-feira (7), acidentes com choques elétricos fizeram duas vítimas. Em Itapetininga, um rapaz de 25 anos morreu. Já em Avaré, um idoso ficou ferido.
Em Itapetininga, o trabalhador terminava a pintura da parte de cima do muro de uma marmoraria quando recebeu uma descarga elétrica de aproximadamente 11.400 volts, segundo informações da concessionária de energia. Ele morreu na hora. O acidente pode ter sido causado depois do contato do rolo de cabo de aço que o pintor usava com um dos fios de alta tensão. O laudo da perícia ainda não saiu.
Em Avaré (SP), no sábado, um pintor de 63 anos sofreu queimaduras de terceiro grau no braço enquanto trabalhava em um prédio, no Centro. Segundo o Corpo de Bombeiros, as queimaduras foram causadas depois que a vítima bateu em um fio de alta tensão e sofreu a descarga elétrica.
Ainda segundo os bombeiros, o homem não usava equipamento de segurança no momento do acidente. Depois que ele sofreu a descarga elétrica, a emergência foi acionada. A vítima foi socorrida consciente ao pronto-socorro da cidade.
Vítima de choque
O aposentado Jorge Luiz dos Santos é uma vítima de choque. Ele supera a cada dia os problemas que enfrentou após sofrer uma descarga elétrica em Itapetininga. O homem conta que trabalhava como pintor e trabalhava em uma cabine que energia quando recebeu o choque. Além da descarga de três mil volts, caiu de uma altura de 15 metros. Teve uma perna e um braço amputados, além de ficar cego de um dos olhos.
Santos relembra ainda que teve uma parada cardiorrespiratória. No dia do acidente ele usava um crucifixo no pescoço. Com a descarga, o objeto de metal ficou cravado na garganta é precisou ser removido por meio de uma cirurgia. “Esses três mil volts que recebi equivale a 130 lâmpadas de 100 watts acessas. Na época em que sofri o acidente, não existia a questão de proteção de acidente. Já atualmente, o trabalhador tem essa riqueza de equipamentos de proteção, mas infelizmente ainda vemos vidas sendo ceifadas. Muitas vezes as pessoas morrem até por ignorância, por não usar equipamentos de proteção”, comenta.
Obras e reformas residenciais
O engenheiro de segurança do trabalho Luís Cleto alerta para as obras e reformas feitas em casa. A recomendação do especialista é que o contratante procure profissionais com capacitação. Segundo ele, muitas pessoas que atuam no mercado não têm qualificação, o que compromete a segurança do trabalhador. “Muitas pessoas trabalham em funções da construção civil, como a pintura, sem ser qualificada ou estar preparada. Com isso, essas pessoas não conhecem as normas de segurança. Quando você contrata essa pessoa, você pode estar sendo conivente com a irregularidade e até responder civilmente”, alerta.
Já para as empresas que não cumprirem as normas de segurança do trabalhador com a disponibilidade e obrigatoriedade de uso dos equipamentos poderá responder civil e criminalmente pela não proteção. “A lei do trabalho exige que os trabalhadores estejam equipados. Antigamente, quando o funcionário sofria um acidente, procurava o INSS e o governo mantinha o tempo de licença ou o afastamento permanente do trabalhador. Hoje isso não ocorre mais. O próprio governo está penalizando as empresas e dividindo esse ônus com os empresários. Eles estão respondendo pelos seus atos. Tem que ser cumprida a lei”, destaca.
De acordo com o técnico de segurança André Luiz Cancian, que trabalha para a concessionária de energia que atua em Tatuí, o trabalhador deve estar atento em relação ao contato com qualquer objeto e os fios. A pessoa pode ficar com sequelas graves ou até mesmo morrer em caso de contato. A principal recomendação é antes de qualquer medida, a concessionária seja procurada para dar orientações ou até mesmo fazer o isolamento. “Para todos os profissionais da construção civil a orientação é que procurem a concessionaria de energia elétrica. Quando ela identificar uma situação de risco com a rede próxima a sua construção, ela fará a instalação de barreiras ou fará desligamentos provisórios para que sejam colocadas as barreiras. Assim, nenhum manuseio de vergalhão ou réguas poderá tocar na rede e a pessoa não sofrerá o choque elétrico que pode ser fatal”, comenta.
Os profissionais que trabalha diretamente com a rede de energia, como os que fazem a manutenção dos cabos da rede de distribuição da concessionária, as medidas de proteção são rigorosas já que não ocorre a interrupção da corrente elétrica.
De acordo com a gerente de distribuição Marcelo Vilarino, todo o cuidado é necessário já que os operários estão próximos a cabos por onde passa uma voltagem de 13,8 mil volts. Além de equipamentos específicos, eles são suspensos do chão por um caminhão isolante que não permite que já a descarga. “Essas pessoas são treinadas durante 400 horas para estar exposta ao risco. Os funcionários se utilizam todos os equipamentos de proteção individual. O veículo também é completamente isolado, então, lá em cima, na cesta aérea, os nossos eletricistas tornam–se quase ‘passarinhos’. Eles estão em voo, sem contato nenhum com o chão, por isso, eles não tomam choque”, explica.
Alerta
De acordo com o engenheiro em segurança do trabalho Luís Alberto Cleto, todos os trabalhadores da construção civil devem usar equipamentos de segurança. “Para a segurança do trabalhador, existe o capacete, além de protetores para os olhos, para os braços, para as pernas e para o tórax. E no caso de pintura em altura, que acima de dois metros já é considerado trabalho em altura, eles têm que ter também um cinturão e estarem presos a cabos distintos da plataforma que estão trabalhando”, comenta.
Já para os casos específicos de trabalhadores que ficarão próximos à rede elétrica, Cleto também afirma que o empregador deve manter contato com a concessionária da região. “Junto com a concessionária vão determinar um plano de trabalho ou o corte da rede elétrica ou a proteção com barreiras. Independentemente do material usado transmitir eletricidade, como os cabos de metal dos rolos de pinta, no caso da pintura, o importante é não existir corrente elétrica no local onde os trabalhadores estão atuando. A rede de alta tensão tem que ser protegida. Não adianta ter um cabo de madeira porque se encostar na rede também vai acontecer acidente”, diz.
O engenheiro afirma que a lei trabalhista brasileira preconiza que o trabalhador tem que ser protegido, no entanto, isso é pouco seguido no país. “O que acontece no Brasil é a inversão de valores. Eles dão valor para o trabalho e não para o trabalhador. Para o trabalho ser bem executado, o trabalhador tem que estar protegido.”
Acidentes na região
Entre o último sábado (5) e segunda-feira (7), acidentes com choques elétricos fizeram duas vítimas. Em Itapetininga, um rapaz de 25 anos morreu. Já em Avaré, um idoso ficou ferido.
Em Itapetininga, o trabalhador terminava a pintura da parte de cima do muro de uma marmoraria quando recebeu uma descarga elétrica de aproximadamente 11.400 volts, segundo informações da concessionária de energia. Ele morreu na hora. O acidente pode ter sido causado depois do contato do rolo de cabo de aço que o pintor usava com um dos fios de alta tensão. O laudo da perícia ainda não saiu.
Em Avaré (SP), no sábado, um pintor de 63 anos sofreu queimaduras de terceiro grau no braço enquanto trabalhava em um prédio, no Centro. Segundo o Corpo de Bombeiros, as queimaduras foram causadas depois que a vítima bateu em um fio de alta tensão e sofreu a descarga elétrica.
Ainda segundo os bombeiros, o homem não usava equipamento de segurança no momento do acidente. Depois que ele sofreu a descarga elétrica, a emergência foi acionada. A vítima foi socorrida consciente ao pronto-socorro da cidade.
Vítima de choque
O aposentado Jorge Luiz dos Santos é uma vítima de choque. Ele supera a cada dia os problemas que enfrentou após sofrer uma descarga elétrica em Itapetininga. O homem conta que trabalhava como pintor e trabalhava em uma cabine que energia quando recebeu o choque. Além da descarga de três mil volts, caiu de uma altura de 15 metros. Teve uma perna e um braço amputados, além de ficar cego de um dos olhos.
Santos relembra ainda que teve uma parada cardiorrespiratória. No dia do acidente ele usava um crucifixo no pescoço. Com a descarga, o objeto de metal ficou cravado na garganta é precisou ser removido por meio de uma cirurgia. “Esses três mil volts que recebi equivale a 130 lâmpadas de 100 watts acessas. Na época em que sofri o acidente, não existia a questão de proteção de acidente. Já atualmente, o trabalhador tem essa riqueza de equipamentos de proteção, mas infelizmente ainda vemos vidas sendo ceifadas. Muitas vezes as pessoas morrem até por ignorância, por não usar equipamentos de proteção”, comenta.
Obras e reformas residenciais
O engenheiro de segurança do trabalho Luís Cleto alerta para as obras e reformas feitas em casa. A recomendação do especialista é que o contratante procure profissionais com capacitação. Segundo ele, muitas pessoas que atuam no mercado não têm qualificação, o que compromete a segurança do trabalhador. “Muitas pessoas trabalham em funções da construção civil, como a pintura, sem ser qualificada ou estar preparada. Com isso, essas pessoas não conhecem as normas de segurança. Quando você contrata essa pessoa, você pode estar sendo conivente com a irregularidade e até responder civilmente”, alerta.
Já para as empresas que não cumprirem as normas de segurança do trabalhador com a disponibilidade e obrigatoriedade de uso dos equipamentos poderá responder civil e criminalmente pela não proteção. “A lei do trabalho exige que os trabalhadores estejam equipados. Antigamente, quando o funcionário sofria um acidente, procurava o INSS e o governo mantinha o tempo de licença ou o afastamento permanente do trabalhador. Hoje isso não ocorre mais. O próprio governo está penalizando as empresas e dividindo esse ônus com os empresários. Eles estão respondendo pelos seus atos. Tem que ser cumprida a lei”, destaca.
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