De acordo com o oficial de registro civil do cartório do município, Fernando Sueji, o número de homens que decidiu adotar o sobrenome da mulher cresceu 33% no ano passado, somente na cidade, se comparado a 2012. “A gente permite que eles escolham, que eles façam a opção, até a data da celebração. Nós permitimos que antes da celebração eles possam optar”, conta.
Até 1977 as mulheres eram obrigadas a adotar o sobrenome do marido após o casamento. Depois disso foi opcional, elas podiam manter o nome de solteira. Mas só em 2002, com a edição do novo código civil, é que os homens tiveram permissão para acrescentar o sobrenome da esposa.
Apesar de em 85% das certidões de casamento apenas as mulheres mudam o sobrenome, a decisão por parte dos homens tem crescido ao longo dos anos. Dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo revelam que em uma década o índice de interessados em ter o nome da esposa saltou de 7,24% para 17,66%.
É o caso de Simone e Rubens. Após 19 anos juntos, no dia do casamento do casal, em novembro de 2013, Rubens Pedro da Silva passou a assinar como Rubens Pedro de Jesus da Silva. Uma homenagem que o vigilante decidiu fazer a mulher. “Para mim foi uma honra. Eu sempre me dei bem com o pai dela, como se fosse um pai para mim, e ele, infelizmente, veio a falecer. Então quando o rapaz do cartório me perguntou se eu desejava incluir o nome Jesus eu não pensei duas vezes, disse que queria”, explica.
A operadora de caixa Simone Santana de Jesus da Silva também adotou o sobrenome do marido após o casamento. Segundo ela, para o casal que já tem uma longa história de convivência, um nome fez toda a diferença no relacionamento. “Fiquei bem orgulhosa, porque eu não imaginava que ele quisesse colocar o meu sobrenome. Quando ele colocou eu fiquei bem feliz”, afirma.
Outro homem que entra na estatística é o inspetor de qualidade Marcos Paulo Alves. Ele e a esposa, a ajudante de produção Sabrina Campos, vão completar um ano de casados e ambos decidiram acrescentar os sobrenomes um do outro. Viera Alves: é assim que eles querem ser chamados e que pretendem registrar os filhos. “Quebrar esse tabu do machismo. Foi legal, eu gostei, é uma experiência nova, vida noda. E a gente vai colocar esse mesmo nome nos nossos filhos”, revela Marcos.
(Foto: Reprodução/ TV TEM)
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