Por Horst Kissmann, de Tatuí, SP
Prazeres da Mesa - Na cidade de Tatuí, São Paulo, que o cuteleiro Ivan Campos faz sua arte. Produz todos os meses até dez facas. A paixão pela modelagem do aço surgiu quando ainda era menino, aos 12 anos, ao ler um artigo sobre o assunto. Foi ali, em apenas 2 minutos de leitura, que decidiu o ofício de sua vida. Começou mesmo seis anos mais tarde, como vendedor de facas. Na virada do segundo milênio, montou seu ateliê em um quartinho nos fundos de casa. No início eram somente instrumentos de combate – uma de suas paixões –, mas, como só serviam para empoeirar na prateleira (felizmente, ninguém as usava), passou a produzir exemplares que tivessem utilidade.
Desde o início, a maior parte delas é exportada, resultado de um período em que morou nos Estados Unidos e dos fóruns de discussão de que participa na internet. “Só entro nos estrangeiros, pois nos nacionais as pessoas estão mais preocupadas com vaidade pessoal que em divulgar a arte da cutelaria”, diz Ivan. Para o Canadá costuma enviar as facas curtas, que servem para todo e qualquer uso na mata e durante as caçadas, algo muito comum por lá. Para a Inglaterra, canivetes sem trava, por causa das leis rígidas. Para os Estados Unidos, um pouco de tudo o que produz.
As feitas para os chefs estão há apenas dois anos em seu portfólio, sempre com a premissa de ser robustas, simples e funcionais, independentemente do estilo ou dos materiais usados. Ele prefere os modelos japoneses, sem aquele espaço-padrão moldado para acomodar o polegar. Com dezenas de proprietários felizes, Ivan garante manutenção vitalícia em seus produtos ou até o último dia em que trabalhar nesse ramo. Vale para os que precisam de algum ajuste no peso e equilíbrio, para os que se esquecem de limpar e passar óleo antes de guardar ou para os que os deixam cair com a ponta virada para o chão.
Ivan não costuma ter mais que meia dúzia de facas prontas para a venda. A regra é personalizar para os clientes que chegam a aguardar até 90 dias para ter uma assinada e datada. Podem ser de vários tamanhos e estilos, como as campeiras, as de cozinha ocidentais ou de estilo japonês, ou as de luta para artes marciais ou defesa. O começo da compra ocorre depois de uma visita ao site (ivancampos.net), onde o interessado escolhe o modelo e dá seus pitacos para a personalização, que são aceitos desde que não fujam a seu estilo.
Para as lâminas, o cuteleiro costuma usar aço carbono ou aço damasco – este último deixa qualquer colecionador, ou profissional, impressionado. O efeito da sobreposição de dois ou mais aços de ligas diferentes, unidos pelo método de caldeamento, é o que garante beleza, elasticidade e dureza à lâmina. É como uma massa folhada que é comprimida e sobreposta, criando até 400 camadas. O diferente teor de carbono e de níquel em cada uma das chapas é o que garante a textura depois de um ataque ácido que revela os desenhos ímpares.
“Os modelos feitos com esse tipo de aço requerem mais cuidado: não devem ser guardados em gavetas batendo em outros utensílios e devem ser bem limpos e secos após o uso”, diz o cozinheiro e cliente Pedro Henrique, do Fishbar & Gastronomia, em São Paulo. “O fio é outro ponto forte, já que dura bem mais.” Para a empunhadura, ou cabo, o cuteleiro prefere usar materiais naturais, como chifre ou madeira, sempre nobres e tratados com seladora, além de três demãos de verniz, o que garante que possam ser usadas em cozinhas profissionais. Com um belo portfólio, Ivan guarda um desejo: ele, que já viu muitas facas passar de mão em mão por gerações, espera que as suas tenham o mesmo destino.
Prazeres da Mesa - Na cidade de Tatuí, São Paulo, que o cuteleiro Ivan Campos faz sua arte. Produz todos os meses até dez facas. A paixão pela modelagem do aço surgiu quando ainda era menino, aos 12 anos, ao ler um artigo sobre o assunto. Foi ali, em apenas 2 minutos de leitura, que decidiu o ofício de sua vida. Começou mesmo seis anos mais tarde, como vendedor de facas. Na virada do segundo milênio, montou seu ateliê em um quartinho nos fundos de casa. No início eram somente instrumentos de combate – uma de suas paixões –, mas, como só serviam para empoeirar na prateleira (felizmente, ninguém as usava), passou a produzir exemplares que tivessem utilidade.
Desde o início, a maior parte delas é exportada, resultado de um período em que morou nos Estados Unidos e dos fóruns de discussão de que participa na internet. “Só entro nos estrangeiros, pois nos nacionais as pessoas estão mais preocupadas com vaidade pessoal que em divulgar a arte da cutelaria”, diz Ivan. Para o Canadá costuma enviar as facas curtas, que servem para todo e qualquer uso na mata e durante as caçadas, algo muito comum por lá. Para a Inglaterra, canivetes sem trava, por causa das leis rígidas. Para os Estados Unidos, um pouco de tudo o que produz.
As feitas para os chefs estão há apenas dois anos em seu portfólio, sempre com a premissa de ser robustas, simples e funcionais, independentemente do estilo ou dos materiais usados. Ele prefere os modelos japoneses, sem aquele espaço-padrão moldado para acomodar o polegar. Com dezenas de proprietários felizes, Ivan garante manutenção vitalícia em seus produtos ou até o último dia em que trabalhar nesse ramo. Vale para os que precisam de algum ajuste no peso e equilíbrio, para os que se esquecem de limpar e passar óleo antes de guardar ou para os que os deixam cair com a ponta virada para o chão.
Ivan não costuma ter mais que meia dúzia de facas prontas para a venda. A regra é personalizar para os clientes que chegam a aguardar até 90 dias para ter uma assinada e datada. Podem ser de vários tamanhos e estilos, como as campeiras, as de cozinha ocidentais ou de estilo japonês, ou as de luta para artes marciais ou defesa. O começo da compra ocorre depois de uma visita ao site (ivancampos.net), onde o interessado escolhe o modelo e dá seus pitacos para a personalização, que são aceitos desde que não fujam a seu estilo.
Para as lâminas, o cuteleiro costuma usar aço carbono ou aço damasco – este último deixa qualquer colecionador, ou profissional, impressionado. O efeito da sobreposição de dois ou mais aços de ligas diferentes, unidos pelo método de caldeamento, é o que garante beleza, elasticidade e dureza à lâmina. É como uma massa folhada que é comprimida e sobreposta, criando até 400 camadas. O diferente teor de carbono e de níquel em cada uma das chapas é o que garante a textura depois de um ataque ácido que revela os desenhos ímpares.
“Os modelos feitos com esse tipo de aço requerem mais cuidado: não devem ser guardados em gavetas batendo em outros utensílios e devem ser bem limpos e secos após o uso”, diz o cozinheiro e cliente Pedro Henrique, do Fishbar & Gastronomia, em São Paulo. “O fio é outro ponto forte, já que dura bem mais.” Para a empunhadura, ou cabo, o cuteleiro prefere usar materiais naturais, como chifre ou madeira, sempre nobres e tratados com seladora, além de três demãos de verniz, o que garante que possam ser usadas em cozinhas profissionais. Com um belo portfólio, Ivan guarda um desejo: ele, que já viu muitas facas passar de mão em mão por gerações, espera que as suas tenham o mesmo destino.
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