De O PROGRESSO DE TATUÍ - Silvano Lima Pinto, atleta da cidade de Elias Fausto, é o grande campeão da 11ª edição da Corrida Rural “Diniz Pollo”. Ele foi o primeiro atleta a cruzar a linha de chegada na bateria dos dez quilômetros.
Pinto veio com uma caravana de São Paulo. Em Tatuí, ele “emendou” um evento atrás do outro. Pela manhã, participou da 89ª Corrida Internacional de São Silvestre. No período da tarde, desembarcou no bairro dos Mirandas para a “versão caipira” da competição.
O evento desportivo realizado na “Capital da Música” no dia 31 de dezembro atraiu 289 competidores, segundo dados do secretário municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Miguel Lopes Cardoso Júnior. De acordo com ele, houve um “recorde” de inscrições. Em 2013, as provas em cinco categorias registraram a participação de 212 atletas.
Esta é a segunda vez que o atleta elias-faustense compete no município. Silvano havia feito o percurso dos dez quilômetros da categoria principal em 2010, quando cruzou a linha de chegada na quinta posição.
“Voltei para garantir a vitória”, disse o atleta de elite poucos segundos depois de terminar o percurso. Como conhecia o trajeto, o atleta disse que veio “melhor preparado” para a edição que presta homenagem a Diniz Pollo, idealizador da competição que projetou o bairro dos Mirandas.
Silvano afirmou, contudo, que a prova é “bastante desafiante” para os competidores, por conta das subidas. “É um circuito muito gostoso, porque tem árvores. É pesado, também, mas a natureza favorece o competidor por dar um certo conforto e um ar melhor”, destacou.
Para o atleta, a paisagem favorece a prática da corrida e ajuda os participantes a ter uma “performance melhor” no decorrer do percurso. “Compensa as temperaturas altas que temos nessa época do ano”, argumentou.
Silvano atribuiu a vitória à preparação que realiza durante todo o ano. Ele utiliza os percursos do interior do Estado, como o de Tatuí, para aumentar o desempenho.
O atleta contou que retornou à competição “caipira” por meio de convite de um amigo. Elogiou o “calor da plateia” e a organização. Disse que a torcida das pessoas garante um “ânimo a mais” aos competidores e que a estrutura era ótima.
“É incrível que, às vezes, as provinhas do interior, sem muitos recursos, conseguem até bater provas de alto nível com grandes patrocinadores. Elas conseguem dar suporte aos atletas, mais do que as outras maiores que visam somente o número de inscrições e mais dinheiro aos organizadores”, declarou.
Na São Silvestre de São Paulo, Silvano representou a equipe Manipularium Top Training. Em Tatuí, ele participou pela Poeira Autopeças, que trouxe 15 competidores. Entre eles, Antônio Pedro Soares, terceiro colocado na prova local.
A 11a edição teve organização da Prefeitura, sendo supervisionada pelo titular da Secretaria Municipal de Esporte. Para a “edição histórica” (que registrou recorde de inscrições), Júnior afirmou que a equipe municipal preferiu não fazer grandes alterações. “Na verdade, ficamos com o formato original”, iniciou.
Segundo ele, a maior novidade ficou por conta da divulgação. O Executivo utilizou estrutura de comunicação (relises à imprensa, notas e materiais divulgados no site www.tatui.sp.gov.br, além de redes sociais) para aumentar a projeção.
“Já existia uma estrutura do seu Diniz. Ele e a família mantinham um site (“blog”) e um perfil em rede social. Era muito bem organizada, mas nós ampliamos essa divulgação para que tivéssemos um maior retorno dos atletas”, disse.
Em 2012, a equipe da atual pasta auxiliou o idealizador na organização. Houve, na época, suporte na distribuição de água aos competidores e na organização da numeração dos atletas e do trecho da competição. Em 2013, a pasta assumiu toda a organização do evento, mantendo Diniz Pollo como um “consultor”.
Como forma de homenageá-lo, a secretaria incorporou o nome dela à competição. Também manteve a mesma estrutura tecnológica implantada pela família do idealizador, com os “notebooks” e os equipamentos para cronometragem.
“Ele tinha um sistema que funcionava bem. Nós ficamos com ele, inclusive, mantivemos a questão das mesmas categorias. Procuramos fazer bem parecido para que perdêssemos as características da competição”, falou o secretário.
De acordo com ele, as “pequenas alterações” resultaram no aumento do número de competidores. Em preliminar, o secretário informou que a 11a edição reuniu 289 atletas, 77 a mais que no ano anterior, um dos “mais disputados”.
Para este ano, a prova deve ter a estrutura melhorada. Júnior citou que a secretaria quer apenas garantir continuidade à competição, de forma a não “descaracterizá-la”. “Vamos fazê-la nesse mesmo formato. Tem dado certo e já é tradição. Basta ver pelo número de pessoas que competem aqui”, destacou.
A “fama da prova” é um dos fatores que atraiu o juiz de direito Walmir Idalêncio dos Santos Cruz para o percurso de dez quilômetros na tarde do último dia do ano. O outro foi o desafio de tentar concluir o trajeto a pé – ele está acostumado a passar pela região do bairro dos Mirandas de bicicleta.
“Como não tenho muito tempo para treinar, minha ideia é completar o trajeto. Vou mais pela brincadeira, pela descontração, não tenho nenhuma pretensão de chegar entre os primeiros colocados”, disse Cruz enquanto se aquecia.
Estreante na prova, o juiz contou que se preparou para a competição mantendo alimentação regrada e praticando esportes. Além do ciclismo, ele melhorou o condicionamento físico com corridas curtas, mas frequentes. “Para competir também é preciso ter vontade de terminar o percurso”, completou.
A força de vontade levou Rosilda Pereira de Oliveira à corrida dos cinco quilômetros (que englobou as categorias infantil masculina e feminina, feminina adulta, máster e veterana). Paraibana radicada em Tatuí há 12 anos, ela decidiu competir a São Silvestre tatuiana porque quis “testar limites”.
“Eu gosto de correr. Sou uma atleta ‘três vezes por semana’ que pratica atividades há dois anos. A corrida, para mim, primeiramente, representa um desafio”, falou.
Acompanhada do marido, Marivaldo Gomes da Silva, ela afirmou que desde que começou a correr registrou melhora da saúde mental e física. “A corrida ajuda no humor e proporciona benefícios à circulação sanguínea”, descreveu.
Rosilda contou que a participação dela no evento representou uma superação. A paraibana afirmou que queria participar desde o ano passado, mas que, por ocasião do fim de ano, não conseguia. Em 2013, mesmo se recuperando de uma lesão (ela torceu o tornozelo andando de bicicleta no mês de outubro do ano passado), a atleta quis experimentar o gosto de cruzar a linha de chegada.
“Vim mesmo assim (recuperando-se da lesão). O tornozelo não está doendo. Então, eu acho que vou conseguir o meu objetivo”, disse ela minutos antes da prova. Rosilda pretendia terminar a prova em pouco mais de meia hora.
“Costumo correr três quilômetros em 20 minutos de forma moderada. Então, aqui, vamos ver qual vai ser o meu tempo e a minha colocação”, afirmou.
A competição teve duas largadas, sendo o percurso de cinco quilômetros a partir das 16h e o dos dez, depois das 17h. A organização do evento, ao contrário dos anos anteriores, não havia divulgado o resultado final das demais categorias.
O pódio da principal contou, ainda, com o atleta tatuiano Carlos Ribeiro de Novato, o Bob. Ele terminou os dez quilômetros da prova na quinta colocação.
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