Do G1 Itapetininga e Região
As mulheres que precisam tirar a mama por causa do câncer podem ter dificuldades na hora de fazer a cirurgia reparadora. O Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a oferecer a reconstrução dos seios, mas mesmo assim, de acordo com o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), em todo o país apenas 5% das pacientes que retiram a mama por causa do câncer conseguem voltar ao centro cirúrgico para a reconstrução do seio.
É o caso da funcionária pública Vera Lúcia Silva Dias, de Tatuí, que há dois anos espera para fazer a cirurgia reconstrutora. A situação dela já foi mostrada no DT. Desde que retirou um dos seios por causa do câncer, ela tenta marcar o procedimento e não recebe resposta de quem deveria realizar a operação. “A única coisa que eu quero na minha vida é meu seio, só isso. Um seio pra eu viver. Pra ser feliz como era antes“, exclama chorando a paciente.
A operadora de caixa Sirlene Ferreira da Silva também passa pelo mesmo transtorno. Ela passou pela cirurgia da retirada da mama em março de 2013, porém ainda não obteve uma data para o implante da prótese. “Quando eu me vi no espelho pela primeira vez a imagem foi chocante. Estava faltando algo, eu estava mutilada“, reflete.
Desde 1999 uma lei federal obriga o SUS a realizar os procedimentos. E em abril de 2013, uma nova lei estabeleceu que a prótese deve ser colocada imediatamente após a cirurgia, ou assim que a mulher tiver condições físicas para a operação.
Segundo o membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, Heleno de Souza, a reconstrução mamária da paciente não tem somente função estética. “Ela fazendo a cirurgia reparadora no mesmo ato operatório, ela vai estar com autoestima elevada e vai suportar melhor o tratamento a seguir à cirurgia, que é a quimioterapia e a radioterapia”, afirma.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em muitos casos as pacientes só conseguem marcar a cirurgia por determinação da justiça. De acordo com o presidente da Comissão de Assistência Judiciária da OAB, Antônio Guedes, a cirurgia é um direito das pacientes que deve ser atendido. “A lei em si tem que ser cumprida, mas os orgãos públicos colocam vendas e acabam não cumprindo a contento. É o que motiva as pessoas a procurarem o judiciário”, explica.
Posição dos hospitais
O caso funcionária pública Vera Lúcia Rosa da Silva segue estagnado. Em agosto de 2013, a Secretaria de Saúde Estadual conseguiu uma consulta para ela no Hospital Regional de Sorocaba.
Ela fez a consulta e também os exames pré-operatórios. Os laudos atestaram que ela está pronta para fazer a cirurgia, mas o hospital diz não ter vaga.
Nesta segunda-feira 7, o hospital informou que a paciente deve retornar no início de novembro para apresentar os exames e avaliação clínica e, caso esteja tudo de acordo, será agenda a cirurgia.
Já a operadora de caixa Sirlene Ferreira da Silva precisa terminar o tratamento para agendar a cirurgia reparadora no Hospital Amaral Carvalho em Jaú.
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