A Polícia Civil de Tatuí instaurou inquérito para apurar uma possível fraude contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é investigado após o pedreiro Cláudio Rodrigues, morador da cidade, descobrir que é considerado morto pelo Instituto.
Há três meses, após passar por uma cirurgia e precisar de afastamento do trabalho, ele descobriu que era considerado morto pelo INSS há pelo menos 13 anos. Após constatar o problema, a rotina do pedreiro tem sido ir da delegacia da Polícia Civil ao Posto do INSS da cidade. Rodrigues fez um teste datiloscópico, que identifica as digitais da pessoa. O exame faz parte do processo para que ele prove que é Cláudio Rodrigues e que está vivo.
A confusão começou em 2000. No município de Barra do Turvo (SP) um homem já falecido, tinha o mesmo nome, idade, mesmo nome de pai e mãe e também município de nascimento. Há uma suposta viúva em Araucária (PR) que recebe a pensão. Com a duplicidade de informações, o INSS diz que não pode pagar nada ao morador de Tatuí até que tudo fique provado. O cartório de Barra do Turvo já forneceu ao INSS uma certidão de óbito que confirma as informações.
Enquanto isso, o pedreiro tenta entender a demora do processo. Sem ter como se manter durante a recuperação da cirurgia ele sofreu e está preocupado com as dívidas. O trabalhador afirma que já está apto a voltar ao trabalho, mas diz que a empresa também estaria com receio do problema. A alternativa foi adiantar as férias. Ele aguarda o fim das férias para voltar a trabalhar já que ainda não conseguiu receber o auxilio doença, mesmo com carteira assinada.
Investigação
De acordo com o delegado de Tatuí, Alexandre Andreucci, foi solicitado ao INSS os documentos com informações sobre quem recebe a pensão do pedreiro. Segundo o delegado, já foi constatado que todas as certidões apresentadas. Cláudio Rodrigues teve a identidade falsificada. Há também uma certidão de óbito, certidão de nascimento de dois filhos que ele nunca teve e da mulher que recebe a pensão em Araucária. Ela seria Ana Lúcia Vieira. "Todos os documentos são falsos, inclusive pela fotografia dos documentos. A pessoa verdadeira que mora em Tatuí foi encaminhada para São Paulo e vai confirmar que ele tem documento no estado de São Paulo", diz Andreucci.
O delegado ainda deve encaminhar o inquérito para a Polícia Federal. Ele acredita que o sistema da Previdência Social é falho, já que a viúva falsa recebe pensão há 13 anos e consegue se recadastrar no INSS com documentos falsos todo ano. "Deve ser uma falha dentro do próprio sistema que não está conseguindo apurar documentos falsos que estão sendo utilizados. É uma aposentadoria fraudulenta e isso vai ser encaminhado ao INSS de Tatuí que encaminhará ao INSS do Paraná. Constatado a falsidade documental, será encaminhado à Polícia Federal porque o crime é de competência da Polícia Federal", explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário