G1 - O pedreiro Cláudio Rodrigues, que mora em Tatuí, descobriu que há 13 anos é considerado morto pelo banco de dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A descoberta foi quando o trabalhador precisou recorrer ao benefício depois de passar por uma cirurgia para retirada de uma hérnia.
De acordo com o órgão, desde 2000 o benefício em nome dele é pago para uma mulher que seria a viúva de um segurado falecido com os mesmos dados do pedreiro em Barra do Turvo (SP). O cadastro mostra que o homem morto está registrado com a mesma data de nascimento, os mesmos documentos pessoais e até o mesmo nome da mãe do pedreiro de Tatuí.
Segundo o órgão previdenciário, a correção dos dados só poderá ser feita pelo cartório da cidade ou pela Secretaria de Segurança Pública, para onde um ofício pedindo esclarecimentos já foi enviado. O INSS afirmou também que não pode divulgar informações de casos particulares.
Cláudio Rodrigues acredita que o fato de constar como morto para o INSS seja o motivo pelo qual enfrentou dificuldades em encontrar emprego. “Há alguns anos eu enviava currículos e ninguém me chamava. Como iam chamar um defunto para trabalhar?”, questiona.
A notícia de que o pedreiro estava morto também assuntou a esposa dele, Flauzina Rodrigues de Oliveira. Segundo a dona de casa, o dinheiro recebido ajudaria muito já que ela não pode trabalhar por motivos de saúde. “Estamos nos virando como dá. Eu vendo o que eu posso para ajudar, nossos amigos nos emprestaram dinheiro e eu ainda não consegui pagar”, comenta.
Ainda afastado do trabalho por conta da cirurgia, Rodrigues registrou um boletim de ocorrência para evitar mais transtornos. Ele afirma a situação precisa ser resolvida rapidamente para que possa conseguir receber o direito. “Meu benefício venceu, ainda não recebi o laudo do perito para voltar a trabalhar. Estou com as mãos atadas esperando essa história se resolver”, desabafa o homem.
Em abril de 2013, o caso da aposentada Maria Madalena Conceição de Campos que também descobriu que era considerada morta chamou a atenção. Campos descobriu essa situação quando procurou o Ciretran de Conchas (SP) para para fazer a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O caso ganhou repercussão nacional após ser mostrado pela TV TEM, emissora afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo, e publicado no G1 Itapetininga e Região.
Segundo aposentada, o problema levou aproximadamente seis meses para ser resolvido. Depois da exposição do caso, o Detran orientou a mulher a apresentar um extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), comprovando a regularização cadastral dela junto ao INSS.
O documento foi obtido em uma agência do instituto de previdência e entregue à Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Conchas, para a emissão da nova habilitação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário