quarta-feira, 24 de julho de 2013

Donos de granjas investem em aquecedores para garantir produção

Do G1 Itapetininga e Região

Os donos de granjas na região de Tatuí são obrigados a investir em aquecimento artificial durante o inverno. Com as baixas temperaturas dos últimos dias, a intervenção é necessária para evitar a perda na produção já que as aves são sensíveis ao frio.

Em Tatuí, o agricultor Mário Edson Gonçalves recorreu a tambores com brasa que foram posicionados nos galpão que somam 840 metros quadrados. A cada duas horas, o produtor alimenta o fogo para manter a temperatura controlada. Ela não pode ficar abaixo dos 23ºC.

A média da temperatura na região nos últimos dias tem sido de 8ºC, mas há previsões de que índices ainda menores sejam registrados. O termômetros poderão registrar até 3º C. Gonçalves explica que, sem o aquecimento, os pintinhos se amontoam uns sobre os outros provocando sufocamento e mortes. Isso, principalmente, com as aves com até duas semanas de vida.

A cada lote, o produtor criar 19 mil aves. Entre a chegada dos pintinhos e até o fim do processo, quando os frangos são enviados para abate, são 60 dias de cuidados, por isso, no inverno, o produtor vai precisar de 12 metros cúbicos de lenha alimentando os aquecedores. O gasto com o aquecimento com a queima de lenha custa R$ 0,08 por frango. Se fosse usar energia elétrica, o custo seria três vezes maior.

Em outra granja, o sistema de aquecimento escolhido foi o de forno. O equipamento tem duas chaminés, sendo que uma puxa o ar frio de fora do galpão enquanto a outra elimina parte do ar quente. Através de uma tubulação, o vento aquecido é soprado sobre as aves. De acordo com a produtora Rosana Rodrigues Machado Gonçalves, é um jeito mais eficaz de distribuir e manter a temperatura em torno de 26ºC. Na propriedade são 11 mil pintinho que devem se desenvolver e trazer lucro para a criadora. “Tem que cuidar como se fosse filho...bebezinho no berço”, diz.

Ainda em Tatuí, outra propriedade adotou um outro sistema diferente. O técnico agropecuário Marcos Mascarenhas explica que são usadas lonas ao redor do barracão. A proteção precisa de duas camadas. A primeira cortina é capaz de reter 30% do vento frio. A segunda, elimina quase que todo o ar gelado. No entanto, elas devem ser abertas pelo menos cinco vezes ao dia, por um período de dez minutos para fazer o ar circular.

No entanto, apesar do cuidados ser redobrado no inverno, Mascarenhas destaca que a produção pode ser melhor se comparada aos dias quentes. Por conta do aquecimento artificial, a produção é melhor. O técnico agrícola explica que as aves comem mais e chegam ao peso ideal de 2,8 kg mais rápido do que no verão. “Eles ganham peso mais rápido de acordo com uma tabela que a gente segue. Com isso, dá para fazer o abate mais cedo, com aproximadamente de 45 dias de produção”, ressalta.

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