Marcelo Roma
Estelionatários estão aplicando golpes ao cobrar falsas dívidas de empresas e instituições. Eles ligam, dizem que há títulos a serem protestados em cartório e que o pagamento deve ser feito com urgência. Em Sorocaba houve pelo menos quatro tentativas desse tipo de estelionato, mas não se sabe se alguém chegou a pagar por dívida que não existia.
A dona de um escritório de venda de seguros na zona norte Maria de Fátima Gomes recebeu telefonema na quinta-feira em que o estelionatário avisava sobre uma dívida que deveria ser paga no mesmo dia. A pessoa fingiu ser funcionário do cartório de Tatuí e deu um número de telefone, que seria de uma empresa de São Paulo para a qual a corretora de seguros devia.
Maria de Fátima ligou para esse número e, do outro lado, passaram de uma pessoa para outra. Ela acredita que isso também fazia parte do golpe, porque não teriam como comprovar o débito. Como tem controle das contas da empresa, Maria de Fátima desconfiou e telefonou para o cartório em Tatuí. Falou com um funcionário e ele disse que quatro pessoas de Sorocaba já haviam ligado para perguntar a mesma coisa. Para a corretora de seguros, os estelionatários podem ter enganado vítimas que não têm controle sobre a contabilidade da empresa e, na dúvida, resolvem pagar. Segundo ela, a cobrança era de sete títulos de R$ 403,90 cada um.
ASI
Os estelionatários também tentaram cobrar dívida inexistente da Associação Sorocabana de Imprensa (ASI) esta semana. Da mesma maneira, o estelionatário ligou para o escritório da entidade como se fosse do cartório de Tatuí e mencionou a dívida de um suposto anúncio numa revista. Teriam que ser pagas nove parcelas de R$ 400 cada, segundo o tesoureiro da ASI, o jornalista Renato Monteiro.
A dívida seria de maio de 2011, mas segundo Monteiro não havia nenhum registro. A secretária da ASI entrou em contato com a suposta revista, pelo número de telefone indicado, e confirmaram o débito. Foi feita então uma consulta ao advogado que presta serviço à ASI e diante da explicação de como ocorreu a cobrança ele esclareceu que era uma tentativa de estelionato.
O aviso sobre títulos protestados geralmente chega por correspondência e o cartório tem que ser da cidade em que mora o devedor, ressalta Monteiro. Nos dois casos não foram registrados boletins de ocorrência.
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