Do G1, editado - Aproximadamente 70 funcionários que trabalhavam na usina Comanche, em Tatuí participaram nesta quinta-feira (7) de uma audiência com a Justiça do Trabalho na tentativa de conciliação entre trabalhadores e empresa.
A empresa, que está desativada desde 2010, possui uma dívida com o grupo de funcionários de cerca de R$ 3,5 milhões, o valor corresponde a salários, benefícios e acordos atrasados.
De acordo com o juiz do trabalho, Marcus Menezes, o processo dura três anos e foi necessário pedir a penhora da empresa para que a dívida seja quitada o quanto antes. "Como a empresa está inadimplente, não há outra forma de quitar essa dívida com os funcionários se não for por meio da alienação do patrimônio. Em Tatuí, o patrimônio que a empresa possui é a planta industrial. Nós iremos penhorar a planta, avaliá-la e no segundo semestre será colocada em leilão público para que algum investidor possa arrematá-la", explica.
A usina deixou de funcionar em dezembro de 2010. Na época, centenas de funcionários ficaram desempregados e sem garantia dos direitos trabalhistas. Segundo o ex-funcionário Claudinei Matias, em outubro de 2012 a empresa fez um novo acordo com os trabalhadores onde acertaria os três salários atrasados, benefícios e as férias, mas até o momento não recebeu o dinheiro prometido.
Na audiência dessa quinta-feira um representante do departamento jurídico da empresa também esteve presente. Segundo o advogado, João Paulo de Mello Oliveira, os proprietários pretendem pagar os acordos restantes com a retomada dos trabalhos que está programada para a próxima safra da cana-de-açúcar. "Foi feita uma venda de terras em Ourinhos (SP) com a autorização da Justiça. Com essa venda, foram arrecadados aproximadamente R$ 3 milhões. Desse valor, R$ 1,3 milhão está vindo para cá para quitar os acordos em atraso. A partir de abril, a empresa retoma normalmente suas atividades e retoma o pagamento dos acordos", diz.
Escândalo - Em 2009, fiscais do Ministério do Trabalho flagraram cerca de 147 homens do nordeste que trabalhavam para a usina, morando em uma igreja antiga na cidade de Capela do Alto (SP). O local foi encontrado em péssimas condições de conforto e higiene.
No ambiente haviam espumas utilizadas como colhões e não havia água potável. Segundo os fiscais, aproximadamente 20 homens dividiam cada cômodo do prédio.
Na época do escândalo, a empresa se manifestou alegando que não teria relação com as condições das moradias dos funcionários da usina e que mesmo sem a responsabilidade de alojá-los providenciaria um abrigo para os cortadores de cana. Um ano após o escândalo a usina foi desativada.
(Foto: Reprodução TV TEM)
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