Moradores de quatro bairros da área rural de Tatuí reclamam das alternativas deixadas para eles quando precisam ir ao centro da cidade. Segundo os moradores, todos são obrigados a pagar R$ 8,40 de pedágio ou usar uma estrada de terra em péssimo estado de conservação.
Os bairros Boa Vista, São Rafael, Jurumirim e Santa Adelaide ficam às margens da rodovia Antônio Romano Schincariol, a SP-127. O problema começou em janeiro de 2013 após a concessionária que administra o trecho inutilizar um acesso que os moradores usavam para ‘fugir’ do pedágio.
O acesso ficava a aproximadamente 500 metros do pedágio, na altura do quilometro 128, e era permitido para quem seguia sentido Itapetininga – Tatuí. Já para quem estava na pista Tatuí – Itapetininga, lado do qual fica o bairro, o acesso não era regular, mesmo assim, os moradores faziam o retorno.
Pela rodovia, a distância entre o bairro e o centro de Tatuí é de 12 quilômetros. Já a estrada que ficou como alternativa para não passar pelo pedágio tem 14 quilômetros e liga o bairro Jurumirim ao Enxovia. No entanto, segundo os moradores, em vários trechos o percurso se torna complicado devido ao estado da estrada. De acordo com o motorista Armindo Macedo Peres, que mora no bairro Jurumirim, não há condições de usar o trecho. Os veículos ficam atolados por causa dos buracos. “Até mesmo caminhão fica parado. Quando o caminhão para, é preciso voltar porque o trator não consegue passar para puxar ele. Se você for para frente, não tem retorno a não ser muito longe”, diz.
O aposentado Donizete Aparecido também reclama da estrada. Segundo ele, a via está cheia de buracos. “É o único meio que deixaram para podermos sair do bairro sentido a Tatuí. Para não pagar o pedágio, temos que pegar essa estrada auxiliar que está cheia de buracos, com uma ponte de madeira estreita e propicia a quebrar, além de muito barro. Já durante a noite, é uma escuridão”, afirma.
A aposentada Ana Alice dos Santos afirma que o sobrinho dela precisa ir todos os dias até uma clínica de fisioterapia em Tatuí. A mulher está indignada com a situação da estrada vicinal. A alternativa seria usar a rodovia pedagiada, mas para isso, seria necessário isenção. “A solução seria uma isenção ou então arrumar essa estrada para podermos passar. Do jeito que está, está um caos. A gente fala com a CCR e falam para nós que a responsabilidade é da prefeitura. A gente procura a prefeitura e eles falam que não tem nada a ver com isso”, ressalta.
Na época da interdição do acesso que existia na rodovia, a concessionária alegou que era para garantir a segurança de quem usava a via.
Os moradores ressaltam que um mapa de 1950 mostra a antiga ligação dos bairros. No projeto de duplicação, de 12 anos atrás, havia uma indicação de um retorno no quilômetro 126 que seria adequado para os moradores desses bairros. Mas ele não saiu do papel. “A situação fica muito difícil para nós. Não temos saída. O pedágio aqui é caríssimo. Estamos em uma região produtora e rica que já dá muito lucro para o governo do estado e para o município. Um pedágio de R$ 8,40 para essa região é um absurdo”, diz o aposentado José Barbosa.
A prefeitura informou que a vicinal vai passar por reparos. As obras devem começar nos próximos dias. Já a concessionária que administra a rodovia, informou que, em relação à isenção de pedágio, analisou as solicitações dos moradores e concluiu que os veículos não se enquadravam nos requisitos definidos no contrato de concessão. A empresa reforçou que o fechamento do retorno foi uma medida para preservar a segurança dos usuários.
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