Do G1 - No último 11 de janeiro, o governo do Estado de São Paulo oficializou o termo que autoriza a internação involuntária de dependentes químicos. A medida é uma parceria entre o governo estadual, o poder judiciário, o Ministério Público de São Paulo, a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), equipes de saúde e entidades religiosas.
A medida consiste na seguinte situação: equipes vão identificar os usuários em situação mais grave e vão levá-los para um centro de referência, mesmo sem a vontade deles. A internação compulsória já é prevista em lei, desde que haja atestado médico e autorização da justiça, porém com a nova determinação o processo ficará mais fácil e rápido.
A parceria divide opiniões em clínicas de reabilitação para usuários de drogas na região de Tatuí. A presidente de uma clínica de reabilitação de Tatuí, Margarida Maria de Oliveira, acredita que a nova lei não vai funcionar. "Isso porque, se a pessoa quiser, ela pode ficar dois anos fechada, mas vai sair e voltar ao que era”. Sobre a instituição que ela gerencia, ela conta: “Aqui não é uma casa de recuperação, é uma casa de apoio onde há conscientização”, diz.
Quem também teve uma reação contrária à medida é Getéro Augusto de Campos, presidente de outra instituição na região. Para ele, o dependente não quer ser tratado em uma clínica. "Ele pode morrer nas drogas e ninguém pode fazer nada. Eu creio que é um problema do poder público. Acho que o estado deviria rever as leis, colocar novamente em questão do dependente como se fosse um crime, mas que para pagar esse crime seria a reabilitação, como ocorre em países mais desenvolvidos”, conta.
Dependentes químicos
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 230 milhões de pessoas já consumiram, pelo menos uma vez na vida, algum tipo de droga ilícita. O número resulta em uma em cada 20 pessoas do mundo. O levantamento aponta também que as principais drogas usadas são a maconha, a cocaína e o crack.
A medida consiste na seguinte situação: equipes vão identificar os usuários em situação mais grave e vão levá-los para um centro de referência, mesmo sem a vontade deles. A internação compulsória já é prevista em lei, desde que haja atestado médico e autorização da justiça, porém com a nova determinação o processo ficará mais fácil e rápido.
A parceria divide opiniões em clínicas de reabilitação para usuários de drogas na região de Tatuí. A presidente de uma clínica de reabilitação de Tatuí, Margarida Maria de Oliveira, acredita que a nova lei não vai funcionar. "Isso porque, se a pessoa quiser, ela pode ficar dois anos fechada, mas vai sair e voltar ao que era”. Sobre a instituição que ela gerencia, ela conta: “Aqui não é uma casa de recuperação, é uma casa de apoio onde há conscientização”, diz.
Quem também teve uma reação contrária à medida é Getéro Augusto de Campos, presidente de outra instituição na região. Para ele, o dependente não quer ser tratado em uma clínica. "Ele pode morrer nas drogas e ninguém pode fazer nada. Eu creio que é um problema do poder público. Acho que o estado deviria rever as leis, colocar novamente em questão do dependente como se fosse um crime, mas que para pagar esse crime seria a reabilitação, como ocorre em países mais desenvolvidos”, conta.
Dependentes químicos
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 230 milhões de pessoas já consumiram, pelo menos uma vez na vida, algum tipo de droga ilícita. O número resulta em uma em cada 20 pessoas do mundo. O levantamento aponta também que as principais drogas usadas são a maconha, a cocaína e o crack.
A opinião do especialista
Para o psiquiatra José Ciro de Paula Barreira, a ideia da necessidade da internação compulsória não é descartada. “Eu sou extremamente favorável a internação voluntária, e em último caso, a involuntária. Isso deve ocorrer só quando o indivíduo já passou por todas as etapas necessárias antes de uma internação. A internação é boa como um meio terapêutico, mas não como um meio curativo. Ele tem que ser partilhado junto ao paciente”, conta.
O especialista explica a internação é feita quando o paciente já não pode responder por si mesmo, como no caso de uma criança. “Em último caso, você tem que tratar o paciente como uma criança que está com febre, uma doença grave, mas que não toma remédio oral. Você vai fazer o quê? Deve pegar e injetar o remédio, é doloroso, é difícil, mas é necessário. Então é o último caso, que até então é descartável”, explica.
Já sobre a medida criada pelo governo estadual, o médico salienta: “O que eu acho é que no Brasil se fazem leis para resolver problemas que não podem ser resolvidos por leis. Esse é um problema de saúde pública, e tem que ser resolvido através de uma equipe multidisciplinar, treinada e com amparo”, diz.
Para o psiquiatra José Ciro de Paula Barreira, a ideia da necessidade da internação compulsória não é descartada. “Eu sou extremamente favorável a internação voluntária, e em último caso, a involuntária. Isso deve ocorrer só quando o indivíduo já passou por todas as etapas necessárias antes de uma internação. A internação é boa como um meio terapêutico, mas não como um meio curativo. Ele tem que ser partilhado junto ao paciente”, conta.
O especialista explica a internação é feita quando o paciente já não pode responder por si mesmo, como no caso de uma criança. “Em último caso, você tem que tratar o paciente como uma criança que está com febre, uma doença grave, mas que não toma remédio oral. Você vai fazer o quê? Deve pegar e injetar o remédio, é doloroso, é difícil, mas é necessário. Então é o último caso, que até então é descartável”, explica.
Já sobre a medida criada pelo governo estadual, o médico salienta: “O que eu acho é que no Brasil se fazem leis para resolver problemas que não podem ser resolvidos por leis. Esse é um problema de saúde pública, e tem que ser resolvido através de uma equipe multidisciplinar, treinada e com amparo”, diz.
Margarida Maria de Oliveira, presidente de clínica, conversa com interno.
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