G1 - Quatro pessoas, sendo um homem e três mulheres, foram presas nesta sexta-feira (14) por estelionato. As prisões ocorreram no centro de Tatuí, quando o grupo tentava aplicar um golpe contra uma agência bancária.
De acordo com a Polícia Civil da cidade, os suspeitos usavam documentos roubados ou furtados de aposentados para fazer empréstimos consignados. Os empréstimos eram depois debitados da aposentadoria das vítimas que tiveram os documentos desviados. A polícia chegou ao grupo depois que a gerência desconfiou dos documentos apresentados pelo grupo.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Alexandre Andreucci, o líder do grupo é um idoso de 63 anos. Em depoimento, ele afirmou que comprava documentos os documentos na Praça da Sé, na capital paulista. Para cada documento, pagava até R$ 1 mil. O suspeito afirmou ainda que após a compra, fazia consultas junto ao INSS para verificar se aquele documento tinha dono e qual era o valor do benefício.
“Existe uma quadrilha que furta ou rouba esses documentos em grandes centros urbanos. Esses documentos são passados para outra quadrilha que faz o levantamento para ver se a pessoa é aposentada, quanto é a aposentadoria e até onde reside. O grupo preso em Tatuí pode ser considerado a terceira quadrilha nessa linha de golpe. Eles estavam atuando de Sorocaba (SP) para o interior do estado se passando pelos aposentados donos dos documentos para pegar os empréstimos em nome das vítimas”, explica Andreucci.
Ainda segundo o delegado, a quadrilha pode ter agido em diversas agências do interior. Com uma das mulheres foi encontrado um extrato bancário com saldo de R$ 15 mil de uma movimentação feita em uma agência em Boituva (SP).
Para a polícia, a falta de burocracia para o empréstimo consignado facilita a ação de golpistas. “As agências não exigem valor calção, ninguém precisa assinar como avalista e também não precisa de um prazo para o banco validar o empréstimo. Não precisa nem mesmo que o empréstimo seja feito na agência onde o aposentado recebe ou na cidade que reside. Tudo isso facilita e muito a ação”, comenta.
O delegado ainda ressalta que os documentos usados pelos golpistas são de pessoas que existem, portanto, o empréstimo será cobrado da vítima. “A vítima poderá provar que não fez esse empréstimo por meio de reconhecimento de caligrafia, mas o gerente e os responsáveis pela agência são responsáveis pelos prejuízos”, afirma.
Ainda de acordo com a polícia, todos os presos já tinham passagem por estelionato. O líder da quadrilha já tinha cumprido pena pelo mesmo crime. Todos foram indiciados por estelionato, uso de documentos falsos, falsificação de documentos públicos e formação de quadrilha.
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