Deise Voigt
Do G1 Itapetininga e Região
editado
Domo do planetário em Tatuí, onde são realizadas sessões gratuitas.
(Foto: Divulgação / Planetário de Tatuí)
“Nossa, que máquina mágica!”. A exclamação foi usada por André Rosário, de 6 anos de idade, para descrever a máquina utilizada nas sessões do Planetário de Tatuí. O aparelho é um dos 40 fabricados artesanalmente na cidade e um dos 90 existentes no Brasil. A produção da cidade triplicou o número dos equipamentos no país nos últimos anos.
O que fez o menino descrever o aparelho como “mágico” foram as projeções realizadas na primeira sessão da 12ª Semana de Astronomia de Tatuí, realizada na noite de sexta-feira (30). O equipamento realiza projeção de mais de 9 mil estrelas, além das linhas do Meridiano e Equador e simulação do nascer e pôr-do-sol.
O aparelho passou a ser fabricado artesanalmente a partir do ano 2000. Segundo o coordenador do planetário, Luiz Marino, à época, havia 18 máquinas no país. Ao longo dos últimos 12 anos, o número saltou para 90 máquinas. Dessas, 40 foram fabricadas em Tatuí.
De acordo com Marino, também construtor das máquinas, o produto leva três meses para ser fabricado e chega a custar R$ 18 mil. O preço é menos de um terço do valor das máquinas produzidas em série e, na maioria das vezes, importadas.
“O projetor é simples. Ele tem apenas uma lâmpada que é o verdadeiro segredo do equipamento. O material permite a passagem de luz e projeta no céu o aspecto que desejarmos. Diferente dos planetários ópticos, que têm conjunto de lentes que são sofisticados e muito mais caros”, iniciou ele. “A máquina é adaptação do planetário criado há muito tempo e que hoje é de domínio público e comercializado pelos americanos. Ela foi incrementada com recursos extras”, disse ele.
Segundo Marino, o processo de produção, que vem sendo incentivado pela Incubadora de Empresas da Fatec (Faculdade de Tecnologia), é demorado. “A máquina é artesanal. Somente a partir de uma encomenda é que peço ao torneiro mecânico para começar o processo de fabricação das peças. São peças extremamente delicadas e de alta precisão. Depois, temos a parte eletrônica, que é mais fácil de fazer”, afirmou.
As máquinas de fazer estrelas, como são descritas por alunos que lotaram o planetário na sessão inaugural da semana de atividades, estão espalhadas por todo o País. “Elas estão principalmente em universidades federais, e em alguns colégios. Temos planetários produzidos em Tatuí lá em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, até em Macapá, no Amapá. Metade das máquinas do Brasil foram feitas em Tatuí”, comentou Marino.
A produção artesanal de planetários passou a ser planejada em meados dos anos 80, principalmente quando ocorreu a passagem do Cometa Halley, em 1986. Marino, que atuou como apresentador da Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo e no Planetário de São Paulo, fundou o Planetário de Tatuí no ano 2000, patrocinado pelo Colégio Objetivo.
As sessões do planetário, que são coordenadas por ele, somam 'contação' de histórias e bom humor.
Semana da Astronomia
Semana da Astronomia também conta com palestras. (Foto: Acassil Camargo / Divulgação)
A 12ª edição da Semana da Astronomia no Planetário de Tatuí teve início na sexta-feira (30) e segue até a próxima sexta-feira (7).
Na primeira noite, além da projeção de estrelas e alguns dos planetas que compõem a Via Láctea, a sessão teve ainda histórias sobre a mitologia grega e a relação dela com as estrelas. Outras atrações foram a nomeação oficial do planetário – que passou a chamar-se “Professor Romildo Faria” - e palestra sobre o tema com Renato da Silva Oliveira.
Nesta segunda-feira (3), a partir das 19h30, haverá apresentação do Grupo de Performance Histórica do Conservatório de Tatuí e, em seguida, nova sessão. Às 21h, está prevista palestra sobre o tema “Cosmologia Além da Imaginação”, que será ministrada por Attis Vinicius Martines Marino, integrante do laboratório de física atômica da Universidade de São Paulo (USP).
Na quarta-feira (5), a partir das 19h30, haverá sessão no planetário e palestra sobre “Astronomia e Calendário”, ministrada por Irineu Gomes Varella, do Planetário do Ibirapuera, de São Paulo.
A série de atividades termina na sexta-feira (7), às 20h10, com sessão gratuita seguida de encerramento com chá, pipoca e astronomia.
As sessões acontecem no planetário de Tatuí, que fica na rua Oracy Gomes, 665. Ingressos devem ser retirados gratuitamente, com antecedência, no próprio endereço.
Outras informações são obtidas pelo telefone (15) 3251-1573.
Luiz Marino (à direita) coordena sessões gratuitas no Planetário de Tatuí até a sexta-feira (7).
(Foto: Acassil Camargo / Divulgação)
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