Do G1 Itapetininga e Região
Resultado de exame toxicológico divulgado nesta sexta-feira 26 indica que a morte de um bebê de dois anos e 11 meses de idade em Tatuí não foi causada por overdose de drogas, como afirmaram suspeitar os médicos que atenderam a criança. De acordo com Wladmir Saporito, responsável técnico pelo pronto-socorro onde o bebê foi atendido três vezes entre o sábado 20 e domingo 21, a hipótese foi descartada. A real causa da morte será conhecida em três semanas, a partir de laudo do IML (Instituto Médico Legal).
O bebê que completaria três anos de idade no dia 8 de novembro morreu no pronto-socorro na manhã de segunda-feira 22. O pai da criança registrou boletim de ocorrência na delegacia da cidade, alegando mau atendimento. Após ter passado pelo pronto-socorro no sábado 20, o bebê foi colocado em observação na noite de domingo 21. O pai afirma ter sido informado da morte da criança na manhã seguinte, de causa desconhecida.
“Foi um caso atípico, com uma evolução bastante estranha. A hipótese de provável contato da criança com drogas teria sido levantada pela própria mãe, em relato ao médico que atendeu a criança. Ela teria conhecimento de que haveria usuários na vizinhança”, afirmou o médico Saporito.
Segundo o responsável técnico, o caso será avaliado pela comissão de ética do pronto-socorro. O grupo deverá verificar se houve falha médica no atendimento. Ele, porém, afirma que ao analisar os prontuários de atendimentos, acredita que “todos os procedimentos foram realizados”. “A criança foi atendida no sábado por volta das 13h com dores de cabeça. Ela foi medicada e, em seguida, liberada pelo médico. Três horas depois, os pais retornaram com a criança, com os mesmos sintomas. Estranhando o caso, o médico solicitou exames de sangue e urina. Como eles não conseguiram colher o segundo exame e a criança apresentou melhora, os pais pediram à equipe de enfermagem para levá-la para casa e, mais tarde, trazer a urina para o exame solicitado”, relatou o médico.
De acordo com Saporito, os pais teriam trazido o material para o exame de urina, mas não retornaram com o bebê. A criança voltou ao pronto-socorro no domingo 21, com os mesmos sintomas. Os exames realizados no pronto-socorro indicaram infecção. “Nada foi indicado no Raio-X. Foi percebido aumento de leucócitos (que indica infecção) e infecção urinária. Num quadro agudo, um dia faz muita diferença no atendimento médico. Eu acredito que a equipe atendeu e fez os exames necessários”, afirmou ele.
A suspeita de overdose foi sustentada pelos sintomas, segundo o médico. “Primeiro, a criança foi atendida por um clínico geral. Por suspeitar dos sintomas, foi acionado um segundo médico, desta vez um pediatra”, disse Saporito. Os sintomas que levaram à suspeita dos médicos seriam as pupilas dilatadas, a aparente intoxicação, taquicardia, salivação, entre outros sinais.
Após a divulgação do laudo do IML, a Polícia Civil de Tatuí deverá iniciar investigações sobre o caso.
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