Do jornal O Progresso de Tatuí de 08.05.2011, com cortes
Cabisbaixo, com as mãos e pés algemados, o acusado foi apresentado pelo delegado titular José Alexandre Garcia Andreucci, na Delegacia Central, na quinta-feira, 5. Em depoimento à polícia, Jesus confirmou ter efetuado os três disparos – dois no pescoço e um na cabeça – que levaram “Diadema” à morte. O motivo do crime seria uma desavença entre ambos, devido ao não-pagamento de dívidas de entorpecentes.
No momento da prisão de Jesus, segundo boletim de ocorrência, ele estaria vendendo drogas para quitar o débito com o tráfico. Foi pego no bairro São Cristovão, após denúncias anônimas, com seis papelotes de crack. Na casa dele, consta no boletim, havia mais 38 porções da droga.
O crime do qual Jesus é acusado foi cometido na madrugada do dia 13 de março, na escadaria do bairro Santa Helena. A PM teria sido acionada após “Diadema” ser encontrado baleado com dois tiros. Ele foi socorrido e levado à Santa Casa, porém, veio a óbito em decorrência da gravidade dos ferimentos.
Na versão apresentada por Jesus na Delegacia Central, a vítima seria um traficante que atuava na região onde foi morto, a extinta favela Manoel Guedes. Desde que “Diadema” saiu da cadeia, ele estaria com uma grande quantidade de entorpecente. Jesus teria comprado crack de Moraes e não o pagou. O delegado informou que o acusado, em outra oportunidade, fora sequestrado pelo traficante por causa da dívida.
As desavenças entre ambos continuaram, disse Andreucci, e, no interrogatório, Jesus afirmou ter encontrado “Diadema” naquela noite, pegado a arma da vítima e fugido. “Ele sabia que Moraes viria atrás dele. Esse fato aconteceu na escadaria do Santa Helena”, contou Andreucci.
“O Diadema acabou agarrando-o pelas costas. Jesus tentou se defender, deu um golpe com a arma no rosto para soltá-lo, mas a vítima permaneceu segurando o acusado. Desta maneira, Jesus acabou efetuando um disparo que acertou a região do pescoço do ‘rival’. E, para ter certeza de que ele estava morto, acabou dando dois disparos na cabeça do suposto traficante”, destacou Andreucci.
Segundo a versão do acusado, ele fugiu para a região próxima à Sabesp, onde tinha uma lagoa imensa e acabou jogando a arma naquele local. Posteriormente, revelou o delegado, Jesus teria uma vida normal em Tatuí, embora a família tenha ido para Cesário Lange.
Preso em flagrante delito pelo homicídio, segundo o delegado, o suposto assassino acabou confessando o crime. De acordo com Andreucci, na opinião de Jesus, se ele não matasse “Diadema”, seria morto pelo suposto traficante. “É como eles dizem: ‘É melhor que a mãe dele chore do que a minha’. Na avaliação (de Jesus), ele matou para não morrer”.
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