Do jornal O Progresso de Tatuí, edição de 06.04.2011
Aparelhos seriam encaminhados a empresas especializadas
Diferente de outros, o lixo eletrônico não pode ser simplesmente depositado em aterros sanitários. A maioria dos itens – e especialmente no caso dos televisores – contém metais pesados em suas peças, o que pode causar sérios danos à natureza. O mercúrio é um dos metais que compõem os tubos de geração de imagem das tevês. Em contato com seres vivos, ele causa intoxicação e pode levar à morte.
Sendo proibido descartar os televisores velhos junto com o lixo comum, a maioria das pessoas se pergunta o que deve ser feito com eles. A solução existe, mas não é gratuita. Algumas empresas se especializaram em desmontar e dar destino correto aos componentes dos aparelhos. O custo deste serviço pode chegar a R$ 10 por aparelho processado.
Muitos aparelhos estragados são abandonados junto aos serviços de assistência técnica. Quando o proprietário percebe algum defeito, leva a televisão para ser consertada. Ao ser informado sobre o preço do serviço, acaba preferindo adquirir um produto novo. A televisão antiga acaba, na maioria das vezes, ficando na assistência técnica, que passa a ter a responsabilidade de lhe dar o destino correto, ou de armazená-la.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente pretende recolher os televisores que não têm mais utilidade. Para isso, convocou uma reunião com os microempresários que oferecem assistência técnica para equipamentos eletroeletrônicos. Ficou definido que todos deveriam declarar o número de aparelhos velhos que possuem. Posteriormente, a secretaria indicaria uma data e um local para que este material fosse entregue.
O detalhe que gerou dúvidas entre os microempresários é a necessidade de pagar uma “taxa de recolhimento” para cada aparelho entregue. Em outras palavras, o preço cobrado pelas empresas especializadas seria repassado aos proprietários das assistências técnicas.
Um dos microempresários que participou da reunião - e que prefere não se identificar - afirmou que, por enquanto, ainda não decidiu o que vai fazer. “Ainda estou pensando no que vou fazer, até porque ainda não há uma decisão definitiva por parte da Prefeitura”, disse.
Ele conta que possui aproximadamente 60 aparelhos de televisão sem utilidade, e que acha injusto ter que arcar sozinho com os custos do projeto. “Este material está me tomando espaço há mais de dez anos. Eu sempre guardei tudo aqui porque sabia que é errado jogar no lixo. Agora, eu tenho que pagar por isso?”, questionou.
Pelo mesmo motivo, a Cooperativa de Reciclagem de Tatuí está com dificuldades em aceitar produtos eletrônicos. “Não temos capacidade de desmontar e processar os componentes dos televisores ou telas de computador. Por isso, também temos que recorrer às empresas especializadas”, afirmou Oscar Souza Vieira Neto, coordenador de coleta seletiva da cooperativa.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente estuda a possibilidade de firmar convênio com uma das empresas que prestam o serviço de processamento. Neste caso, a Prefeitura arcaria com parte do custo de processamento.
O secretário municipal de meio ambiente, Paulo Sérgio Medeiros Borges, explicou que a intenção, a principio, é fazer um levantamento do número de equipamentos que terão que ser recolhidos. “Quando soubermos do volume exato, faremos outra reunião e veremos as possibilidades e se a Prefeitura poderá ajudar nas despesas”, disse.
Borges também afirmou que não existe nenhuma decisão definitiva a respeito das ações que serão realizadas e dos custos que isso implicará: “Estamos estudando as possibilidades, mas, por enquanto, nenhuma decisão foi tomada”.
Conforme a estimativa do microempresário que esteve na reunião, na cidade, existem cerca de 40 estabelecimentos semelhantes ao dele. Se, em média, todos eles tiverem a mesma quantidade de aparelhos, o total pode chegar a 2.000 televisores que precisarão ser processados.
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