(Odimar Martins)
À beira de um rio, uma vez
ela me falou como quem escreve:
- Se não conheces profundidade,
não arrisques um mergulho.
Um dia, andando pela rua
falei de amor. E ela:
- Se não conheces distâncias,
nunca inicies um caminho.
Uma hora, falei de saudade
e ela, como quem chora:
- Se não conheces o tempo,
não marques um encontro.
Um instante houve em que os lábios
quase se encontraram. E ela disse:
- Se não conheces a arte da esgrima,
não saberás o lado com que o sabre fere.
Hoje me encontro à beira de um rio
a lembrar alguém que passou.
- Se não conheces ternura,
não entenderás estes versos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário