Do jornal O Progresso de Tatuí de 12.12.2010
Em 2009, foram 30 casos suspeitos e dois confirmados de dengue no município. Neste ano, contudo, o número é alarmante. Até o momento, há o registro de 71 casos de pessoas com suspeita de dengue e 27 confirmados da doença – entre os quais, sete contraídos na própria cidade. Desde 1992 não era registrado caso de dengue autóctone – a que ocorre no próprio município.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o aumento é devido a uma pessoa que veio de outra cidade com a doença. “Uma pessoa de outra cidade, possivelmente Santos, veio para Tatuí já com a doença, passou para seus familiares e começou a transmissão da doença no município”, explica a assessora da secretaria, Maria Aparecida Silva Marques de Oliveira.
Mas a preocupação não é apenas local, preocupa o país inteiro. Só o Estado de São Paulo, em 2009, teve 8.996 casos autóctones; já em 2010, o número passou para 183.522. Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde - o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Lira) - revelou que o Brasil tem 24 cidades em risco de surto de dengue e 154 em alerta, incluindo 14 capitais.
Embora municípios mais quentes sejam os mais propícios para a infestação da doença, o combate acontece em todas as regiões. “A equipe de combate à dengue é o ano inteiro, não podemos deixar de agir. Eu acho que este aumento já era esperado, pois a população ainda não tem consciência. Acham que com ele e com a família não vai acontecer de pegar a doença, acham, que por ser inverno, não precisa se preocupar. Mas não é assim, a população tem que estar 24 horas ligada, pois a dengue não acontece só no verão, ela aumenta no verão”, destacou a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Elis Lúcia Diniz Menezes Bueno.
A Secretaria de Saúde prevê mais casos da doença no começo do ano que vem, principalmente em março, mês de Carnaval e em que as pessoas viajam, aumentando o risco da transmissão. “Mas o trabalho aqui na cidade está sendo intenso, com visitas em casas, borracharias. Quando a casa está fechada, vamos à imobiliária”, destacou a assessora da secretaria, Maria Aparecida, a Cidinha.
A cidade ainda não está em alerta de risco de epidemia, o que só é considerado a partir de 300 casos confirmados para cada cem mil habitantes. Porém, a prevenção é constante. “Agora se introduziu no Brasil um novo tipo de dengue, o DENV-4, mais evoluído. Portanto, o risco de contaminação é grande, há até risco de morte”, afirmou a enfermeira da vigilância epidemiológica.
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