Guataçara Monteiro traz suas obras para Tatuí, que estarão expostas até o dia 27 de outubro.
Como nos quadrinhos em que uma página possui muitas cores e muitos acontecimentos, as obras de Guataçara Monteiro são desenho dentro de desenho. Na abertura da exposição “Bichos da Amazônia” na quinta-feira, dia 7, no Centro Cultural, o artista plástico esteve presente, recepcionando o público e contando lendas e a história de sua obra para crianças do ensino público municipal do 1º, 2° e 3° ano.
Na exposição está o “Tatu de Tatuí”, criado por Monteiro e tido como um símbolo para a cidade. A obra possui elementos culturais como a terra vermelha, referências ao hino municipal e à Avenida das Mangueiras, e notas musicais que remetem ao Conservatório. A tela demorou quatro dias para ser produzida depois de uma rápida visita de dois dias do artista pela cidade (no final do mês de agosto) e fazer uma pesquisa sobre suas tradições.
Para a criação de suas obras ele explica que não é apenas pensar no que quer pintar, mas se, por exemplo, quer pintar um caju, ele vai até álbuns da infância, compra a fruta, a consome. Todo esse processo para se tornar íntimo do que será transformado em sua arte, que além de retratar sua vida e suas pesquisas, também são formas de protesto de Monteiro, como em casos de animais em extinção.
Na relação com o público ele se demonstra muito atencioso e afirmou ser aberto a sugestões, se denomina como um artista popular que cria para todas as camadas sociais, “de maneira que a pessoa olhe para meu quando e entenda, e decida se gostou ou não”. “A arte é do povo”, afirma. Ele brincou com as crianças que chegavam em turmas para visitar a exposição e contava lendas, que revelou serem de autoria de seu pai, que é umas das fontes de inspiração mais fortes para a suas criações e chegou a ganhar um concurso de 1º de Abril (Dia da Mentira) com suas histórias.
Sobre a exposição, ele conta que não esperava tanto sucesso, e que a criou para “agradar a minha criança”, mas que devido à repercussão, as obras conseguem “contagiar as crianças de 8 a 80 anos” e se estendem pela internet, lugar em que muitas vezes a autoria é dada a outros artistas, situação com que ele se demonstra incomodado, já que a exposição retrata a sua vida, suas lembranças.
“Bichos da Amazônia” foi exposta pela primeira vez em 2008, é uma constante criação, obras são vendidas e em todo lugar em que chega ele leva algo inédito. No caso de Tatuí a tela “Tatu de Tatuí” e a escultura “Tatu Balsa” criada junto com Paulo Higino são as novidades dessa exposição. Ao todo, 31 obras estão no Centro Cultural, das 10 às 17 horas até o dia 27 de outubro.
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