Polícia diz que homem morto no Boqueirão foi vítima do próprio enteado

O PROGRESSO DE TATUÍ - Quase 36 horas após o homicídio do desempregado Sidnei Jacob Hessel, 33, a Polícia Civil anunciou o esclarecimento do crime. As investigações, iniciadas a partir do encontro do corpo, por volta das 23h de domingo, 1º, apontaram para um adolescente de 16 anos como autor do assassinato. O menor era enteado da vítima e teria esmagado a cabeça de Hessel com um caibro retirado da janela da casa onde ambos moravam, no bairro Boqueirão.

O corpo de Hessel foi encontrado por sua companheira, uma mulher de 34 anos, no quintal da casa. “Eles residiam num imóvel invadido”, disse o delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci. Segundo registro de ocorrência, o desempregado apresentava ferimentos “contundentes” na cabeça. A mulher disse à polícia que achava que ele havia sido agredido com um pedaço de madeira, encontrado ao lado do cadáver. O caibro estava quebrado em três partes e foi recolhido pelo IC (Instituto de Criminalística), de Itapetininga, para análise pericial.

Com a ajuda de testemunhas, a PC descobriu que a vítima teve a cabeça esmagada pelo enteado. O menor teria pegado um pedaço de madeira, que funcionava como suporte de uma das janelas, e golpeado o padrasto por trás. “Devido à violência dos golpes, o caibro partiu em três lugares”, contou Andreucci. Segundo ele, depois do crime, o adolescente desapareceu. “Ele não foi mais localizado na cidade”, disse. O delegado já solicitou a custódia temporária do menor ao Juizado da Infância e da Juventude.

De acordo com a PC, o menor tinha problemas por conta de envolvimento com o tráfico de drogas. “Ele, inclusive, teria fugido da cidade, passando mais de um ano e meio fora, por causa de dívidas”, contou Andreucci. O menor teria voltado à cidade um dia antes do crime, quando reencontrou a mãe morando com o desempregado. “Ele teve um desentendimento com Hessel, que pegava dinheiro da mãe dele, dinheiro que ela conseguia fazendo programa”, explicou o delegado, que chefiou as investigações.

Segundo ele, os dois teriam se desentendido e iniciado uma briga. O menor reagiu pegando o pedaço de madeira e golpeando o padrasto por trás. Hessel, que jogava capoeira e praticava esportes, não teria tido chances de reagir. Ao lado do corpo dele, os investigadores encontraram cigarros que pertenceriam ao menor. “A polícia já dá o caso como esclarecido”, disse Andreucci. “O que falta é a detenção do adolescente”, concluiu.