quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Já foram feitos os testes para implantação da Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar

“Praticamente já foram feitos os testes”. Com esta afirmação, o engenheiro ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), Geraldo Ribeiro de Andrade Neto, confirma que a implantação da estação de monitoramento da qualidade do ar está em fase final. A unidade de análise – uma espécie de contêiner –, atualmente em fase de testes na empresa Guardian, funcionará na Fundação Educacional “Manoel Guedes”.
O equipamento, conforme o engenheiro, foi doado pela empresa norte-americana do setor vidreiro à Prefeitura. A estação irá possibilitar que a cidade integre a rede automática de monitoramento do ar do interior do Estado. “Tatuí vai ser a 20ª centro desse monitoramento”, explicou.
As cidades de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Catanduva, Presidente Prudente, Marília, Bauru, Araraquara, Jaú, Piracicaba, Sorocaba, Campinas, Cubatão (centro e industrial), São José dos Campos, Jundiaí, Paulínia (centro e sul) e Americana já contam com uma estação de monitoramento da qualidade do ar.
Em Tatuí, a escolha do local de implantação foi realizada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estadode São Paulo). “A equipe de meteorologia veio aqui e escolheu o melhor local. Agora só faltam as adequações nas dependências da fundação”, afirmou Andrade Neto.
A estação – ligada à internet e de mecanismo automático – fornece dados em tempo real, que permitem intervenção dos técnicos da rede de monitoramento, localizada em São Paulo. “A estação é como se fosse um contêiner, e os dados são fornecidos na internet. Qualquer problema que haja, tem que ligar para o pessoal. Aí, vêm os técnicos de São Paulo para dar manutenção”, afirmou.
Segundo Andrade Neto, a posse dessas informações permite planejamento e a criação de medidas preventivas para aumentar o índice de qualidade do ar. “Diretamente, não tem como determinar o problema, mas, indiretamente, tem, através de análises estatísticas”.
Conforme ele explica, o índice é uma ferramenta matemática desenvolvida para simplificar o processo de divulgação da qualidade do ar. Os parâmetros contemplados pela estrutura do índice da Cetesb envolvem: dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, fumaça, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. “Para cada poluente medido, é calculado um índice. Através dele, o ar recebe uma qualificação, que é uma espécie de nota”, esclareceu.
De 0 a 50, o índice recebe a qualificação “boa”, e não oferece riscos à saúde; de 51 a 100, é considerado “regular”, quando pessoas de grupos sensíveis - crianças, idosos e as com doenças respiratórias e cardíacas- podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço; de 101 a 199, é julgado “inadequado”, e a população em geral é afetada; de 200 a 299, recebe a qualificação “má”, quando ocorre o agravamento dos sintomas em toda a população, e oferece efeitos mais graves à saúde dos grupos sensíveis; acima do índice 299, é considerada “péssima” a qualidade do ar, e toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares, podendo haver maior número de mortes prematuras em pessoas de grupos sensíveis.
O engenheiro ambiental explica que a Secretaria de Meio Ambiente irá receber cursos de treinamento em relação à adoção de medidas. “Depois que a gente estiver treinado e conhecer esses índices, vai ter como rastrear. Pela quantidade de veículos movidos a gasolina, diesel ou álcool, tem mais ou menos como estimar os principais poluentes”, finalizou.

Transcrito do jornal O Progresso de Tatuí, edição 5443, de 01.08.2010

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