quinta-feira, 8 de julho de 2010

Tatuí será pesquisada pelo Ministério da Justiça

Tatuí está entre as 31 cidades de São Paulo escolhidas para participar da 1ª Pesquisa Nacional de Vitimização, lançada no dia 1º pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), do Ministério da Justiça. A pesquisa é realizada em parceria com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Esta é a primeira vez que o governo federal ouve a população sobre condições de vida, os fatores de risco e as percepções de segurança. Segundo o ministério, os resultados do levantamento permitirão subsidiar políticas públicas voltadas à “melhoria das condições de convivência e segurança pública da sociedade brasileira”.
Além de Tatuí, serão pesquisados os municípios de São Paulo, Amparo, Andradina, Araras, Barretos, Botucatu, Cachoeira Paulista, Cajuru, Cosmópolis, Guarulhos, Ibiúna, Iracemápolis, Iguape, Itapeva, Jaboticabal, José Bonifácio, Jaú, Martinópolis, Lorena, Osasco, Pederneiras, Ourinhos, Piedade, Presidente Venceslau, Santa Bárbara D´Oeste, Santa Rosa de Viterbo, São Vicente, Tupã, Votorantim e Votuporanga.
No questionário, será perguntado às pessoas se foram ou não vítimas de algum tipo de crime e qual o impacto dessa violência em suas vidas. “Essas informações poderão revelar de forma mais precisa a incidência de crimes por áreas e tipos de pessoas mais expostas à violência”, cita o ministério em material enviado à imprensa.
Os pesquisadores do Instituto Datafolha já começaram a coleta de dados. O trabalho será feito em todo o país, num total de 300 municípios. Serão sete meses de trabalho para ouvir 70 mil pessoas sobre temas como notificação de crimes e atendimento dos órgãos de segurança. A previsão é de que os primeiros resultados sejam divulgados em fevereiro de 2011.
A iniciativa também deve mensurar o crime e a violência, investigar as razões da existência da subnotificação de crimes e conhecer os riscos de vitimização em diferentes grupos sociais. As informações deverão revelar o medo do crime e sua relação com possibilidades concretas de vitimização, a experiência do crime do ponto de vista das vítimas e a avaliação das instituições do sistema de segurança pública.
O secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, explicou que as ocorrências policiais não mostram um retrato real de cada tipo de crime, já que a maioria das vítimas não registra queixa, dificultando a implementação de políticas públicas mais precisas.
“Estudos internacionais revelam que as pesquisas de vitimização apresentam números até 18 vezes maiores do que os registros em boletins de ocorrências. Não podíamos sentar nos fóruns internacionais e comparar números porque não tínhamos dados nacionais. Essa pesquisa vai coroar uma nova maneira de fazer segurança pública baseada no conhecimento científico”, disse.
Balestreri também ressaltou que as informações sobre vitimização permitirão definir ações específicas para garantir a segurança de grupos vulneráveis, como homossexuais, jovens, idosos e mulheres.
A pesquisa realizada pelo Datafolha conta com a consultoria do Crisp (Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública).
OUTROS ESTUDOS
Para conferir mais legitimidade ao trabalho, a coordenação geral de pesquisa e análise da informação da Senasp conta com o auxílio de um conselho gestor formado por especialistas no tema, como intelectuais com experiência em pesquisas de vitimização, gestores públicos e secretários de segurança. Esse conselho foi concebido para elaborar o questionário em conjunto com a Senasp, assim como os parâmetros metodológicos da pesquisa. Com a participação dos estudiosos, a Senasp espera que o estudo aborde todas as questões consideradas fundamentais.
Universidades, institutos e acadêmicos poderão solicitar o acesso aos dados para a produção de novos estudos a partir de fevereiro de 2011. Os critérios para a seleção dessas instituições serão divulgados em edital no “Diário Oficial” da União. A ideia é ter vários “olhares” sobre os resultados da pesquisa que contribuam para novas ações governamentais.

Transcrito do site www.oprogressodetatui.com.br

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