Do site www.oprogressodetatui.com.br
O tráfico de drogas em Tatuí sofreu mais um golpe, nesta semana, com a prisão de Claudinei Paiva Moreira Duarte, o “Pezão”. Considerado o “número um” do tráfico na cidade, ele seria o homem responsável por gerenciar a “boca” (ponto de venda de entorpecente, na gíria policial) mais disputada do município, situada na área da extinta favela da Fundação Manoel Guedes – atualmente ocupada pela Polícia Militar, por meio da operação “Saturação”.
Conforme investigações da Polícia Civil, Pezão seria “a voz” do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Tatuí, responsável, inclusive, por decisões de execução por dívida, ou por disputa de ponto. A prisão dele, considerada uma façanha – dada a importância do suspeito na hierarquia do crime -, ocorreu por volta das 16h, no bairro Fundação Manoel Guedes.
Pezão acabou detido por guardas civis municipais que receberam cópia do mandado de prisão expedido pela Justiça local a pedido da própria PC. “Nós fizemos o inquérito, colhemos provas e representamos pela detenção”, explicou o delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci.
O passo seguinte foi encaminhar, à Polícia Militar e à GCM, cópias do mandado. “A ordem era para que Pezão fosse preso assim que localizado”, comentou Andreucci. No dia de sua detenção, o suspeito caminhava pelo bairro. A impressão da polícia era de que ele estaria fiscalizando as atividades de seus homens. “Detectamos ele como o chefão do tráfico por meio de uma ‘vasta’ quantidade de provas”, declarou o delegado. Entre elas, interceptações de ligações telefônicas, que ajudaram a PC a montar o “quebra-cabeças” do tráfico.
“Apuramos que, no organograma, Duarte é quem gerenciava o tráfico na favela. Não fosse isso, o Poder Judiciário não decretaria a prisão dele nessa qualidade”, adicionou Andreucci. Segundo ele, Pezão foi indiciado pelos crimes de tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico. Após ser preso, foi encaminhado à Delegacia Central e seguiu para a cadeia de Itapeva.
Para Andreucci, a prisão de Duarte deve enfraquecer e desestabilizar o tráfico na cidade. “A intenção é de que o crime perca força”. O trabalho de detenção fazia parte de um organograma definido pelos órgãos de segurança pública e pelo Ministério Público ainda neste ano.
A ação dá sequência ao trabalho iniciado no segundo semestre do ano, com a realização de uma megaoperação policial, com participação de 140 homens, da PM, PC e GCM. Num segundo passo, a PM deu início à ocupação das ruas do bairro da Fundação e a PC, ao serviço de inteligência para coleta de provas dos suspeitos.
O plano conjunto, conforme Andreucci, foi adotado na mesma época em que a situação do tráfico na região da extinta favela tornou-se “insuportável”. “Os traficantes começaram a atirar contra viaturas e a impedir funcionários das concessionárias de serviço público de trabalhar no local”, afirmou.
Prova disso é que registros de ocorrências foram feitos na Delegacia Central por equipes das companhias Elektro e Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e até do serviço 192 de ambulâncias, de urgência e emergência.
A prisão de Pezão, ainda que represente um passo importante na extinção do tráfico de drogas, não garante que o comércio de entorpecentes não volte a ocorrer naquela região. Por essa razão, Andreucci afirmou que as polícias devem realizar novas operações no local. “Vamos impedir que o tráfico volte”, concluiu.
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