José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo, com adaptação
Apenas uma de cada dez unidades da Polícia Civil que fecham à noite no interior de São Paulo conta com vigilância, só que terceirizada, conforme levantamento por amostragem feito pelo "Estado". A não contratação de uma empresa de vigilância foi a principal causa do afastamento do delegado que respondia pelo 1.º DP de Salto, na região de Sorocaba, onde uma mulher foi roubada e, dias depois, a unidade foi invadida.
Ontem, na estreia do delegado designado para o DP, o prédio de Salto ganhou pela primeira vez uma placa de identificação. Em Sorocaba, sede das unidades de comando regional da Polícia Civil, apenas o prédio do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter -7) e o da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) têm vigilância noturna terceirizada. Os vigias que se revezam no Deinter atuam mais como porteiros e não usam armas. Na Ciretran, a segurança foi providenciada após a unidade ser alvo de ladrões, há um mês. Os funcionários chegavam para trabalhar quando foram abordados por três homens armados. O bando fugiu levando 1.500 documentos de veículos em branco.
A maioria dos distritos policiais de Sorocaba não conta nem com câmeras de vigilância. Na Delegacia da Infância e da Juventude (Diju), um cartaz avisa: "toque a campainha para ser atendido". Em Botucatu, a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) só ganhou câmeras e alarmes depois de o antigo prédio ser explodido por bandidos, em novembro de 2008.
Recomendação. O seccional Antonio Soares da Costa Neto disse que vai atender à recomendação da Secretaria da Segurança e contratar empresas de segurança. Além do novo prédio da Dise, a Ciretran, a Delegacia da Mulher e os quatro DPs fecham à noite e não têm vigilância.
Em Tatuí, só a Delegacia da Mulher tem vigias contratados pela prefeitura. A Ciretran local já foi roubada duas vezes nos últimos anos. Delegados reclamam que o problema maior é a falta de funcionários. Distritos e delegacias funcionam graças ao pessoal cedido pelas prefeituras.
O diretor do Deinter-7, Weldon Carlos da Costa, disse que passou uma orientação "clara e por escrito" aos delegados para que as unidades sejam dotadas de equipamentos de segurança. "O delegado tem de ver qual a sua necessidade. Se for uma empresa de vigilância, ele encaminha o pedido." Para ele, a terceirização evita o emprego de policiais em serviços que podem ser feitos por vigilantes.
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