José Antônio Rosa
Notícia publicada na edição de 18/05/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno BA proposta do Macaíba (nome de uma palmeira típica da paisagem nordestina) tem como objetivo preservar a essência do som que consagrou nomes como os de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e João do Vale, entre outros. E o grupo parece ter conseguido, na opinião de alguém com propriedade e conhecimento do assunto. Ouvido ontem pelo Mais Cruzeiro, quando passava por Jequié, na Bahia, a caminho de Fortaleza, Dominguinhos disse ter ficado feliz com a oportunidade de tocar com “os meninos”. “Eles levam muito jeito, são talentosos e fazem um trabalho importantíssimo de manter viva a riqueza musical do nordeste.”É forró, é pé de serra e é autêntico. Resultado do trabalho de pesquisa de elementos da cultura popular, “Na Trilha do Pé de Serra”, primeiro álbum do Trio Macaíba, de Sorocaba, tem lançamento previsto para o dia 22 de junho, dentro da programação da Festa Junina de Votorantim. O álbum de estreia da formação que reúne os músicos Beto Correa, Cléber Almeida e Ramon Vieira conta com convidados para lá de especiais. Participam Dominguinhos, Hermeto Pascoal, Fábio Leal e o arranjador da Banda Mantiqueira, Nailor Azevedo, mais conhecido como Provetta.
Para Dominguinhos, o Macaíba “já é uma realidade”. “Eu desejo a eles todo o sucesso e que possam seguir nesse projeto bonito de valorizar o que é nosso. É muito bom ver jovens preocupados em valorizar esse gênero”, ressaltou. Autor do tema “Xote Junto”, interpretado por Dominguinhos no disco, o acordeonista Beto Correa, destacou a generosidade do compositor: “Ele se integrou ao projeto e criou com a gente uma intimidade bastante forte, como se já fosse da família”. Beto disse que o convidado não quis mudar o arranjo da canção: “Ele gostou; disse que o solo de sanfona ficou bom”.
Hermeto Pascoal, espécie de padrinho de Cléber Almeida e outros jovens instrumentistas da cidade, marca presença tocando escaleta. “Foi outra grata surpresa. O Hermeto é uma referência para todos nós e dividir o estúdio com ele foi uma honra. Nós não podíamos esperar um presente melhor do que esse”, acrescentou Ramon Vieira. Desde que surgiu, há dez anos, o Macaíba tem se dedicado a tocar o que chama de “a mais tradicional vertente do ritmo”. O grupo optou, até por isso, pela formação mais clássica, com sanfona, triângulo e zabumba.
Músicos que se conheceram no Conservatório de Tatuí, Beto, Cléber e Ramon já tocaram com Djavan, Paula Lima, Hamilton de Holanda, Elomar, Airto Moreira, Pena Branca, Toninho Horta e a Banda Sinfônica do Estado. A diversidade do som que produzem deriva do que eles chamam de “mergulho” nos mais variados estilos. Da música iraniana ao samba e ao maracatu, como mencionado em seu material de divulgação, o Macaíba ouve e pesquisa de tudo um pouco.
Cleber Almeida, por exemplo, é músico do Trio Curupira e estuda música folclórica brasileira, e já atuou em festivais como 2º Encontro Internacional de Percussão de Tatuí, Oficina de Música de Curitiba, Festival de Verão de Brasília, Brasil Instrumental de Tatuí e Joinville Jazz Festival. Beto Corrêa é professor em Tatuí, pianista do grupo de música instrumental Mente Clara e, junto com Cléber Almeida, faz parte do grupo Bola Sete. Ramon Vieira pesquisa o forró pé-de-serra e outros folguedos populares brasileiros, como o coco de roda, a ciranda e o maracatu de baque virado.
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